sexta-feira, 5 de março de 2010

DIALOGANDO COM BETH - Comentário Crítico!

Assisti ontem pela segunda vez "Dialogando com Beth", espetáculo resultado da mais nova safra de graduados da UERGS/FUNDARTE, sendo que as atrizes Amanda Novinski e Fabiana Franzozi encabeçam esta produção.
A primeira vez a que assisti a peça, tinha todo um clima de tensão, pois estava sendo avaliado pela banca, o que era muito compreensivo, mas não deixou de ser ótimo. Aqui neste texto pretendo colocar o meu ponto de vista acerca do que assisti, pensando que poderei estar auxiliando e assim divulgando este trabalho.
A narrativa central da peça se passa num programa de TV, o "Dialogando com Beth", onde temos a presença de uma produtora, a Abismolina e uma assistente, personagem de Lis Machado, que pela  manifestação da platéia percebe-se que ela rouba a cena em todas as suas aparições, mesmo quando esta não está no centro da ação, o nosso olhar se volta a ela pela construção que ela consegue dar a sua personagem, simples e sem grandiloquências, mas completamente contundente e verossímel. Parabéns a Lis, pois sua presença é  fundamental nesta peça. Voltamos a narrativa, pois bem, se passa na gravação de um programa de TV ao vivo, contando com todos os problemas que acercam a gravação de um programa deste tipo, como a apresentadora não estar lá no horário em que se está entrando no ar, assim como outras surpresas que surgem durante a gravação. Outro destaque é a personagem de Fabiana Franzosi, a Beth do tal título, pois a construção desta personagem é bastante caricata, e este termo é utilizado aqui nun sentido positivo, sendo que a atriz consegue sustentar esta caricatura das apresentadoras carismáticas televisivas (mesmo com o sapato apertado), louras e gostosas e em contra-ponto a isso mostra a outra faceta desta mesma personagem quando não está frente as câmeras, que já não é tão carismática assim. Fabi capta isto muito bem. Penso que o grande momento de Fabiana é na sessão de regressão, onde pode mostrar todo o seu potencial, mesmo em momentos pequenos como a hora em que ela tira o sapato, quando perguntada se algo lhe encomodava. A dramaturgia repleta de segredos e revelações é maravilhosa, muito bem construída, ágil e engraçada, mas o que poderia apenas se resumir em apenas uma sucessão de entradas e saídas de personagens cômicos ou tipificados, se torna uma história que vai se revelando aos poucos, com pitadas melodramáticas como a cena em que a Beth revela que deixou uma correntinha no pescoço de sua filha e que mais tarde, quando elas se reencontam, dá-se o reconhecimento por este objeto, recurso bem melodramático e muito bem resolvido. 
Tenho que falar de Amanda, lógico, só não posso dizer que é a grande estrela do espetáculo porque suas colegas estão muito bem em suas personagens, mas Amanda se  mostra muito competente em todos os seus tipos construídos através de suas imitações. A produtora, o estilista, o astro rockeiro, a pscicanalista, a loura estrangeira,enfim uma galeria de tipos muito bem criados. Meu destaque fica para o estilista e para a loura com seu aparelho de tradução simultânea, hilariante.
E por fim, a chegada surpreendente da filha de Beth, sendo interpretada por Grazi Borguetto, que mais uma vez arrasa na criação de suas personagens e sempre entra por último em cena, assim como aconteceu na peça, Casinha Pequenina, em que ela fazia uma espécie de garoto dançarino, que entrava no final e mantinha a mesma linha de criação.
Um dos pontos negativos é quando a ersonagem da Lis passa com as placas de APLAUSOS, RISOS ou OHHHH, este argumento é ótimo, porém em alguns momento as atrizes atropelam suas falas não dando tempo para a devida participação da platéia, o que ocasiona certa perda do texto. Uma dica: dêem um tempo maior nestas participações que são muito boas. Parabéns ao orientador deste trabalho, o nosso mestre Carlos Mödinger.
Destaque também para a produção que foi muito caprichada com camisetas, cartões da apresentadora e a produção de um vídeo para o espetáculo, o que demostra a preocupação da produção.
desejo que este espetáculo não pare por aqui, que alcance e trilhe por outros caminhos, pois merece ser visto por muitas pessoas.
Parabéns a todos os envolvidos.


Um comentário:

  1. Diego, te peço encarecidamente que retire da tua crítica o desfecho da nossa peça.
    Obrigada,
    Faby

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