quarta-feira, 28 de novembro de 2012

30 ANOS DE DANÇA - SUZANA D'AVILA STUDIO



Dia 03 de dezembro de 2012, segunda às 20h30
Teatro do Bourbon Contry
Este ano “Suzana d’Avila Studio de Dança” comemora 30 anos de vida. Desde 1982 Suzana d’Avila acredita que através da arte de dançar o ser humano possa se encontrar e se sentir melhor e mais feliz. Desenvolvendo a dança como um todo, onde corpo e mente se beneficiam da arte.

O espetáculo é uma grande celebração desses 30 anos ininteruptos de dança. Apresentamos remontagens das melhores coreografias, as mais dançadas e mais premiadas. Um espetáculo de grandes sucessos que proporcionam uma viagem na nossa história, revivendo, recriando e reinventando o que de melhor fazemos que é dançar.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

NÃO EXISTE MULHER DIFÍCIL (RJ)



NÃO EXISTE MULHER DIFÍCIL
com Marcelo Serrado
Dias 30 de novembro e 01 de dezembro de 2012, sex e sáb às 21h no Teatro do Bourbon Country

A comédia Não Existe Mulher Difícil traz o ator Marcelo Serrado, em seu primeiro monólogo, dias 30 novembro e 1º dezembro, ao Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre, e dia 2 dezembro, ao Teatro Feevale, em Novo Hamburgo. A peça é inspirada no livro homônimo de André Aguiar Marques, com adaptação de texto de Lúcio Mauro Filho e direção de Otávio Müller. O divertido e dinâmico monólogo retrata, de forma engraçada e às vezes até estereotipada, o que um homem faz depois da separação. Após ser deixado pela mulher, o personagem volta ao universo dos solteiros e se vê em uma nova realidade; as mulheres estão mais independentes e, a cada dia, mais exigentes.

PARA SEMPRE: POESIA! (RS)



PARA SEMPRE: P O E S I A!
Uma história real e tragicômica de amor, loucura e arte

José, após ter sido preso pela ditadura militar e herdado desta experiência grave sofrimento psíquico, escolhe a arte como afirmação da vida e com esta escolha, conquista uma incansável companheira. Seli, artista plástica inconformada e bonequeira vibrante, passa a tomar, junto a ele, doses diárias da seguinte decisão: Apesar de tudo, Poesia! Da união deste atormentado e criativo casal nasce Rita, que vem agora, neste poético e tragicômico monólogo, transpor para a cena poemas da autoria de seu pai, além de textos próprios e obras de sua mãe. A atriz lança-se num diálogo entre vida e arte, trazendo à cena episódios marcantes da vida de seus pais, servindo-se de vídeos, depoimentos, interpretação de personagens e teatro de bonecos voltado ao público adulto.


QUANDO? QUARTAS-FEIRAS – 28 DE NOVEMBRO, 05, 12 E 19 DE DEZEMBRO - 20HS

ONDE? TEATRO DE CÂMARA TÚLIO PIVA (RUA DA REPÚBLICA, 575, CIDADE BAIXA – PORTO ALEGRE) 

ENTRADA FRANCA

Ficha técnica

Concepção e Texto: Rita Maurício (com poesias de José Luiz Maurício)
Elenco: Rita Maurício
Direção da primeira versão: Júlio Saraiva 
Direção desta remontagem: Mirah Laline
Criação e confecção de bonecos: Seli Maurício
Vídeos: Rita Maurício, Márcia Rosa e Roberto Ruchiga
Iluminação: Luciana Brito
Figurinos: Rita Maurício, Sérgio Stein e Mirah Laline
Apoio no burilamento de cenas: Anildo Micheloto e Daniel Alberti


PIMENTA DO REINO EM PÓ (RS)


01 a 16 de Dezembro
Sábados e Domingos - 16hs
Sala Álvaro Moreira


Mergulho em um fantástico mundo do faz-de-conta, no qual crianças de verdade convivem com seres fantásticos e máquinas malucas. Matias, Tiago e Alice, em busca de seu avô, vivem a aventura de suas vidas, deparando-se com temas tais como a amizade, o amor, a curiosidade, a descoberta, a auto-superação e o trabalho em equipe.

Direção Suzi Martinez
Elenco Ariel Santos, Carla Elgert, Elisa Vogel, Rossano Gastaldo, Vitório Beretta, Wagner Wiprich
Músicas e Texto Original Cláudio Levitan
Cenografia Cláudio Benevenga
Gravuras e Efeitos Especiais Zorávia Bettiol
Direção musical e Arranjos Simone Rasslan
Figurinos Cláudio Benevenga
Iluminação Anilton Souza
Divulgação Rogério Beretta
Produção Rossano Gastaldo

Saiba mais:
www.pimentadoreinoempo.com.br



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

PARA SEMPRE: POESIA! (RS)

Uma história real tragicômica de amor, loucura e arte



28 de Novembro, 05, 12 e 19 de Dezembro - 20h
NOVAS CARAS
Teatro de Câmara Túlio Piva

A atriz, chegando ao final de uma etapa - a do curso "superior" de teatro - busca, em processo de autópsia, um diálogo sincero entre vida e arte, chamando a chama que uniu seus pais.

José, após ter sido preso pela ditadura militar e herdado desta experiência grave sofrimento psíquico, escolhe a arte como afirmação da vida e com esta escolha, conquista a companheira que junto a ele toma doses diárias da seguinte decisão: Apesar de tudo, Poesia!

FICHA TÉCNICA
Elenco: Rita Maurício 
Direção e Iluminação: Júlio Saraiva
Texto: Rita Maurício (com poesias de José Luiz Maurício)
Vídeos e fotografias: Marcia Rosa, Júlio Saraiva e Rita Maurício
Fotografias de divulgação:Luiz Eduardo de Oliveira
Orientação: Professora Luciane Olendzki

domingo, 25 de novembro de 2012

EDWARD - O RETORNO (RS)


27 de novembro, 04,11 e 18 de Dezembro
Teatro Aberto
Sala Álvaro Moreira - 20h
Entrada Franca 
A partir da idéia de crítica ao movimento consumista, aos modismos, a banalização da violência gratuita e doentia do mundo atual, chega a cena  “Edward: O Retorno” .O texto é uma Livre adaptação da obra “Crimes Delicados” de José Antônio de Souza
A peça faz uma reflexão sobre a perda de valores, sobre o “seguir a moda”, onde a sociedade procura repetir o que a mídia divulga, as pessoas querem estar atualizadas, mesmo que isso signifique tornar-se um assassino.Na peça, a busca pelo crime perfeito é a moda do momento.
Edward, o empregado resiste à todas maquinações dos seus patrões, Hugo e Lila. Buscando uma reflexão sobre as delicadas relações de poder entre patrões e empregados eA resistência de uma classe dominada.
A busca pelo “crime perfeito” serviu como eixo principal desta montagem.  Inspirada em filmes antigos de terror e trash, “Edward: O Retorno” traz influências de grandes cineastas como: Alfred Hitchcock e Tim Burton, discutido e colocado em evidência por eles em seus filmes. A peça segue uma vertente do teatro do absurdo, baseando-se na linha de trabalho do Eugenè Ionesco que trata sobre a mesma temática do assassinato, como em “A lição”.
É uma noite chuvosa na casa dos lugosi. Os jornais anunciam que uma onda de crimes sequenciais assombram a cidade e que a moda agora é matar. Lilaentediada com sua vida pacata resolve seguir a moda. Confessa ao marido que matou os animais da casa eo convence a matar um dos seus empregados. É quando surge Edward, e eles resolvem mata-lo. Mas nem tudo sai como Hugo e Lila previram.  Algo terrível e misterioso acontece. Hugo e Lila enlouquecem, já não sabem mais o que é real e o que é fruto das suas imaginações.
  
FICHA TÉCNICA:
Direção:
Cândida Bazanella
Texto:
José Antônio de Souza
Elenco:
Morgana Rodrigues
Rodrigo Mello
Rodrigo Azevedo
Cenário:
Rodrigo Azevedo
FIGURINOS:
Cândida Bazanella, Morgana Rodrigues, Rodrigo Azevedo, Rodrigo Mello.
Iluminação:
Leandro Gass.
Trilha sonora pesquisada:
Cândida Bazanella e Rodrigo Mello.
Edição de vídeo e dublagem:
Rodrigo Mello.

CAIO F. (RS)



Dia 28 de novembro, quarta-feira, às 21h, a atriz Silvia Ramos interpretará cartas inéditas do escritor Caio Fernando Abreu, em Porto Alegre (RS). 
O espetáculo CAIO F. teve sucesso nos lugares em que foi exibido, sendo bastante prestigiado pelo público. Esta é a ultima apresentação em POA antes da temporada que fará São Paulo. 
Silvia interpreta as cartas de Caio reconstruído o personagem do escritor através das palavras que perpassam o corpo e a alma da atriz. 
A peça eleva o espectador, conduzindo-o a um universo magnífico, doloroso e contudo, pleno e grávido de vida. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

GOZADAS (RS)

23 de Novembro a 09 de Dezembro
Sextas e Sábados - 21h Domingos - 20h

O Show Gozadas, um pqueno teatro de variedades conta com 10 quadros - cinco de Stanp Up Comedy com Patsy Cecato e cinco dos artistas performáticos Caio Prates e João Carlos Castanha. As personagens de Patsy falam de si e de seu cotidiano.Caio faz dois de suas maiores personagens: Sidney Magal e Fábio Jr. Castanha faz uma performance na pele de Amy Winehouse e de Lady Gaga. Os dois juntos fazem Tom e Vinícius.
Um show pop com muito visual, música, graça e diversão.
Patsy Cecato há tempos desenvolve a temática feminina. Em Gozadas, ela apresenta cinco personagens que discutem os temas populares que mobilizam as mulheres no seu cotidiano: amigas, filhos, marido, namoro, idade, intervenções cirúrgicas, consumo, sexo, beleza. São cinco personagens, cinco trocas de roupa e cinco línguas afiadas para criticar, com bom humor, o cotidiano da mulher comum.

TEATRO EXPERIMENTAL DO NEGRO - TEN



Hoje, 20 de novembro é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da qual está esse dia recebe o nome de Semana da Consciência Negra.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o solo brasileiro (1594).
Por isso trago nesta postagem o perfil do Teatro Experimental do Negro, publicado na enciclopédia do Itaú Cultural, movimento teatral angariado por Abdias do Nascimento que valoriza o negro dentro do teatro. 

Teatro Experimental do Negro - 1944/1961 - Rio de Janeiro RJ

Histórico
Idealizado, fundado e dirigido por Abdias do Nascimento, o Teatro Experimental do Negro tem como objetivo a valorização do negro no teatro e a criação de uma nova dramaturgia. Contemporâneo de Os Comediantes, companhia com a qual realiza intercâmbios, o Teatro Experimental do Negro atua no nascimento do teatro moderno, priorizando seu projeto artístico sem levar em conta o gosto médio da platéia e abrindo mão da profissionalização.

O projeto do Teatro Experimental do Negro - TEN, engloba o trabalho pela cidadania do ator, por meio da conscientização e também da alfabetização do elenco, recrutado entre operários, empregadas domésticas, favelados sem profissão definida e modestos funcionários públicos. A companhia inicia suas atividades em 1944, colaborando com o Teatro do Estudante do Brasil (TEB), na encenação da peça Palmares, de Stella Leonardos. Quando decide empreender um espetáculo próprio constata que não há, na dramaturgia brasileira, textos que sirvam aos seus objetivos. Abdias do Nascimento descobre em O Imperador Jones, de Eugene O'Neill, o retrato mais aproximado da situação do negro após a abolição da escravatura. O autor cede gratuitamente os direitos e o grupo ensaia durante seis meses, tendo aulas de interpretação com o professor Ironildes Rodrigues em salas da União Nacional dos Estudantes (UNE). O espetáculo, dirigido por Abdias do Nascimento, estréia em maio de 1945 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e obtém boa receptividade, com elogios ao protagonista, Aguinaldo Camargo.

O TEN procura estimular a criação de novos textos, que sirvam aos seus propósitos. Sua diretriz é a temática ligada à situação do negro. A falta de resposta à altura de suas expectativas faz Abdias do Nascimento encenar outro texto de Eugene O'Neill, Todos os Filhos de Deus Têm Asas, com a participação da atriz Ruth de Souza.

A primeira resposta à demanda dramatúrgica da companhia é o texto O Filho Pródigo, de Lucio Cardoso, encenado em 1947, com cenários de Tomás Santa Rosa, e protagonizado por Ruth de Souza e Aguinaldo Camargo. Ainda em 1947, participam de Terras do Sem Fim, de Jorge Amado, adaptação de Graça Mello, com direção de Zigmunt Turkov, montagem em colaboração com Os Comediantes. Em 1949, é a vez de Filhos de Santo, de José de Morais Pinho, selecionado entre os textos escritos especialmente para o TEN. Contendo muitos elementos da cultura religiosa negra e pinceladas de crítica social, a peça se baseia em uma situação maniqueísta em que uma jovem é enfeitiçada por um pai-de-santo vilão, que a rouba de seu amado. O espetáculo ocupa o Teatro Regina, com direção de Abdias do Nascimento e cenários de Tomás Santa Rosa. Em 1950, o TEN estréia Aruanda, de Joaquim Ribeiro, um dos poucos textos bem-sucedidos do repertório lançado pela companhia. Trata-se de uma lenda desenvolvida com recurso ao mistério e à sensualidade, sobre o amor entre Rosa Mulata e o Deus Gangazuma, com quem ela se encontra por meio de seu marido, que recebe o espírito do Deus. Embora aponte falhas estruturais na dramaturgia, o crítico Sábato Magaldi considera que a lenda "é um episódio de crença negra dos mais felizes proporcionados pela imaginação primitiva" e que traz "uma história de amor e ciúme de incontestáveis riquezas".1

Abdias do Nascimento escreve Sortilégio para o TEN, encenada por Léo Jusi no Theatro Municipal, em 1957. Baseada numa história de amor que envolve um negro e duas mulheres, uma negra outra branca, a peça, cheia de elementos não realistas, como aparições, flash-backs e personagens que simbolizam o inconsciente coletivo, aborda a tomada de consciência do protagonista a respeito de sua alienação no mundo dos brancos. Embora tenha como ponto de partida uma premissa ideológica, o TEN não se volta para um teatro popular nem para a popularização de sua platéia, apresentando-se muitas vezes no Theatro Municipal, do Rio de Janeiro.

Abdias do Nascimento procura fazer o TEN ultrapassar os limites da função artística e empreender também uma ação social: cria um concurso de beleza para negras e um concurso de artes plásticas com o tema Cristo Negro. Em 1945, promove uma Convenção Nacional do Negro e, em 1950, o 1º Congresso do Negro Brasileiro. Em 1955, realiza a Semana do Negro. Edita o jornal Quilombo.

As atividades do TEN incentivam a criação de iniciativas semelhantes. No Rio de Janeiro, em 1950, Solano Trindade funda o Teatro Popular Brasileiro; em São Paulo, os grupos negros encontram na dramaturgia norte-americana uma fonte para suas encenações experimentais; Geraldo Campos de Oliveira funda também um Teatro Experimental do Negro, que se mantém em atividade durante mais de quinze anos e monta, entre outros, O Logro, de Augusto Boal, 1953; O Mulato, de Langston Hughes, 1957; Laio Se Matou, de Augusto Boal, direção de Raul Martins, 1958; O Emparedado, de Tasso da Silveira; e Sucata, de Milton Gonçalves, ambos em 1961.

Por duas vezes o TEN é impedido de participar de festivais negros internacionais pelo próprio governo brasileiro. Segundo a historiadora Miriam Garcia Mendes, no entanto, esses fatos não devem ser compreendidos apenas como fruto da discriminação racial: "... os movimentos de vanguarda, e o TEN era um deles, sempre enfrentaram grandes dificuldades, não só por falta de apoio oficial, como pela natural reação do público [...] habituado às comédias de costumes inconseqüentes ou dramas convencionais".2

O Teatro Experimental do Negro nunca atingiu a importância social que pretendia em seu tempo. Mas, em termos de história do teatro, significou uma iniciativa pioneira, que mobilizou a produção de novos textos, propiciou o surgimento de novos atores e grupos e semeou uma discussão que permaneceria em aberto: a questão da ausência do negro na dramaturgia e nos palcos de um país mestiço, de maioria negra.

Notas
1. MAGALDI, Sábato. Aruanda. Diário Carioca, Rio de Janeiro, 22 jul. 1950.

2. MENDES, Miriam Garcia. O negro e o teatro brasileiro (1889 e 1892). São Paulo: Hucitec, 1993. p. 51.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

ESTREMEÇO (RS)


A peça tem texto de Joel Pommerat, autor francês inédito no Brasil e que é destaque na dramaturgia e encenação do teatro contemporâneo europeu. A direção é de Camila Bauer, nossa diretora convidada. A montagem integra o projeto "Diálogos Contemporâneos II" e tem financiamento do Programa Municipal de Fomento ao trabalho Continuado em Artes Cênicas de Porto Alegre, e o Prêmio Funarte Myriam Muniz.

Em ESTREMEÇO  Joel Pommerat utiliza diferentes vozes, sonoridades e fragmentos de histórias com o objetivo de apresentar o homem em sua realidade imediata, nua e perturbadora. Assim, Estremeço caracteriza-se pelo constante jogo de ilusão/realidade sugerido, brincando com nosso imaginário e com aquilo que acreditamos ser a realidade.
De acordo com o autor, essa fragmentação do real denuncia que nós não temos a certeza de um futuro concreto porque as relações humanas consistentes não são possíveis em uma sociedade balizada na ética caracteristicamente sob influência dos fundamentos do mundo de trabalho capitalista. ESTREMEÇO, concentra o olhar sobre a paisagem de uma sociedade obcecada pelo culto à imagem. Disseca os componentes banalizados do nosso cotidiano e entremea canções com depoimentos desoladores de pessoas silenciadas, entediadas ou enraivecidas por uma sociedade desumanizada. Por meio desse espetáculo, queremos questionar o que somos nós, nossas fantasias e o processo de embelezamento que fazemos de nós mesmos, para nos compreender face ao mundo e a nossos próprios olhos. A obra de Pommerat destrói todas as nossas máscaras, revelando-nos tal e como somos enquanto humanidade.


de 22 de novembro a 02 de dezembro
quintas a sábados às 21h domingos às 20h
no Teatro Renascença

ESTREMEÇO (Je Treim)
de Joel Pommerat

Direção
CAMILA BAUER
Elenco:
ADRIANE MOTTOLA
CASSIANO RANZOLIN
DUDA CARDOSO
FERNANDA PETIT
JANAINA PELIZZON
LAURO RAMALHO
RODRIGO MELLO
SOFIA SALVATORI

Tradução
GIOVANA SOAR

Cenografia
ÉLCIO ROSSINI

Figurino
CÁSSIO BRASIL

Trilha Sonora Original
NICO NICOLAIEWSKY

Iluminação
LUIZ ACOSTA

Confecção de Objetos
CIA GENTE FALANTE

Direção de vídeo
BRUNO GULARTE BARRETO

Assistência de Direção
MATHEUS MELCHIONNA

Preparação Corporal
CARLOTA ALBUQUERQUE

Cabelos e Maquiagem
ELISON COUTO, by The Cut

Assistência de Figurino
DUDA CARDOSO

Confecção de Figurino
NARAY PEREIRA

Operação de Som
VITÓRIO AZEVEDO

Programação Visual
RODRIGO MELLO

Pintura
GELSON RADAELLI

Fotos
VILMAR CARVALHO

Divulgação
LAURO RAMALHO

Projetos
LUCIANA BRITTO

Produção
ADRIANE MOTTOLA
DUDA CARDOSO
FERNANDO KIKE BARBOSA

Realização
CIA TEATRO DI STRAVAGANZA

Acesse o site do espetáculo ESTREMEÇO.




ENQUANTO A CIDADE SE DESPEDAÇA (RS)


Um grupo de personagens/atores/performers trancados em uma sala/espaço/cenário em busca de algo, alguma coisa, uma sinopse, uma catastrofe, mas não de bilheteria. Os alunos do Nucleo de Formação de Atores do Teatro Sarcáustico trazem a cena uma livre inpiração de quarto textos do aclamado dramaturgo Sam Shepard , La Turista, Mente Mentira, Oeste Verdadeiro e Angel City. Com direção de Ricardo Zigomático e dramaturgia de Rossendo Rodrigues. Ninguém está a salvo da poluição Enquanto a Cidade Se Despedaça.

Ficha Tecnica

Direção: Ricardo Zigomático
Assistente de direção: Guadalupe Casal
Dramaturgista: Rossendo Rodrigues

Elenco:
Ana Caroline de David
Caroline Martins
Clarissa Brittes
Cristiane Marçal
Daniel Calin
Elena Schuck
Fabio Pinto
Julia Kielling Lucas
Matheus Santos da Silva
Renata Zonatto

domingo, 18 de novembro de 2012

HISTÓRIAS DE UM CANTO DO MUNDO (RS)

Foto: Lu Mena Bareeto


Histórias de Um Canto do Mundo
memórias de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul
teatralmente musical


com Deborah Finocchiaro, Denise Fontoura e Edinho Espíndola

18 de novembro de 2012, 20h30

Meme - Santo de Casa Estação Cultural
Rua Lopo Gonçalves, 176 - Cidade Baixa – Porto Alegre - fone: (51) 3019.2595 

Histórias de um Canto do Mundo é como um cartão postal ao vivo. São contadas e cantadas histórias extraídas de dentro dos livros, dos jornais e transmitidas oralmente, reunindo contos urbanos, grandes crimes, lendas, tradições, fatos curiosos, costumes e memórias de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.
“... essas histórias se transformam em uma viagem às entranhas deste povo meio xucro, meio indomável, como elas. São histórias para não dormir. Histórias para despertar o sentido, mais do que o conhecimento, sobre um canto do mundo chamado
Rio Grande do Sul.”
Rosina Duarte

Ficha técnica
Pesquisa e Textos: Rosina Duarte
Voz e Violão: Deborah Finocchiaro
Voz e Percussão: Edinho Espíndola
Voz, flauta e sax: Denise Fontoura
Trilha sonora:
Músicas: Cau Netto e Deborah Finocchiaro
(com exceção das músicas “Canção para Julieta”, de Laura Finocchiaro e "Onde está Minha Janela", de Léo Henkin,
Dedé Ribeiro e Renato Mendonça)
Arranjos: Cau Netto, Deborah Finocchiaro, Edinho Espíndola e Denise Fontoura
Iluminação: Leandro Roos Pires
Produção e Realização: Companhia de Solos & Bem Acompanhados

http://www.historiasdeumcantodomundo.com/

DRAMATURGIA EM FOCO: ODUVALDO VIANNA FILHO


Coordenou o projeto editorial de Edições Muro que pretendia publicar a obra completa de Oduvaldo Vianna Filho, mas lançou apenas o primeiro volume da coleção. Integrou três comissões julgadoras que atribuíram o primeiro lugar a textos de Oduvaldo Vianna Filho: Prêmio Coroa de Teatro, para A Longa Noite de Cristal, e Concurso Nacional de Dramaturgia do SNT, para Papa Highirte e para Rasga Coração.
Quando o então jovem dramaturgo Jorge Andrade, por ocasião de uma viagem de estudos à América do Norte, entrevistou-se com Arthur Miller e pediu-lhe conselhos para o futuro da sua carreira, ouviu do consagrado autor norte-americano mais ou menos a seguinte resposta: “Volte ao seu país, observe como o seu povo vive, como gostaria de viver, e escreva sobre a diferença”
Esta mesma receita parece constituir um dos possíveis denomi­nadores comuns entre a dramaturgia de Vianinha. Os protagonistas de Papa Highirte, de Rasga Coração e de Mão na Luva, embora muito diferentes entre si, são todos altamente representativos da população brasileira, entre outras coisas precisamente na medida em que existe uma drástica discrepância entre, por um lado, o que eles gostariam de ser e como gostariam de viver e, por outro, o que eles de fato são e como eles de fato vivem; e é justamente sobre esta diferença, mais talvez do que sobre qualquer outro aspecto das suas existências e das circunstâncias que as envolvem, que Vianinha escreve, com dolorida compreensão e compaixão humana, que não exclui uma lúcida e por vezes impiedosa análise das suas contradições.
Cada um destes multifacetados personagens tem na cabeça um projeto de vida claramente definido, embora profundamente subjetivo, pois movido a wishful thinking — ou seja, dissociado da capacidade real de cada um de colocá-lo em prática. Juan Maria Guzamón Highirte pretende ficar na história como uma espécie de Getúlio Vargas de Alhambra, um paizinho dos pobres preocupado com o bem-estar do povo, e responsável por uma série de leis que tenham contribuído para melhorar as suas condições de vida. Seu antagonista, Maria, queria (ainda que com algumas reticências...) participar de uma revolução que derrubasse o governo tirânico e introduzisse em Alhambra a justiça social. Manguari Pistolão, o herói anônimo de Rasga Coração, dedicou grande parte de sua vida à política uma humilde política ao alcance dos heróis anônimos —, no empenho de ajudar o Brasil através da sua modesta contribuição individual, a tornar-se um País melhor, mais consciente dos seus problemas, mais apto a resolvê-los. Seu filho e antagonista, Luca, irmana-se com ele em objetivos semelhantes, mas através de caminhos completamente diferentes. as transformações que ele almeja não se colocam no terreno da política, e sim no de uma reforma de costumes, da ética, da visão existencial, da erradicação da maneira de ver as coisas, característica de geração falida dos seus pais. O protagonista de Mão na Luva, ao longo da peça referido apenas como Ele (mas no final identificado pelo seu nome próprio, Lúcio Paulo Freitas), pretende firmar-se como intelectual contestador, através de adesão a uma produção independente um jornal alternativo, uma editora que rejeite os canais institucionalizados de comunicação, desvirtuados pelas contradições do regime capitalista.
Nada disso dá certo. Quer devido a pressões que o contexto social adverso da etapa pós-64 exerce sobre todos estes a seu modo bem intencionados indivíduos, impedindo-os de transformar os seus propósitos em realidades, quer por causa da frágil força de vontade de cada um, eles acabam fazendo escolhas que entram em conflito com os caminhos que, nas suas respectivas cabeças, eles se haviam traçado. Highirte é humilhantemente repelido pelo seu país, que vê nele apenas um tirano sanguinário. Maria não faz revolução nenhuma, denuncia debaixo de tortura seus companheiros de luta, e acaba matando Highirte num momento em que tal gesto já se tornou politi­camente inócuo. Manguari continua fiel às suas convicções e aos seus rotineiros rituais que ele considera políticos, sem perceber que na verdade se tornou um pequeno-burguês acomodado, atemorizado, omisso. Luca foge da luta a que em princípio se propusera, pela esca­patória da droga e da alienação. E o Ele de Mão na Luva renega pelas opções de cada dia aceitação de um prestigioso cargo público, perma­nência na redação da revista onde precisa fazer concessões após con­cessões tudo aquilo que, de boca para fora, ele continua sustentando como sendo os objetivos que ele se teria traçado.
Na verdade, por mais simpáticos e humanos que alguns deles sejam, por mais que possamos identificar-nos emocionalmente com as suas hesitações e contradições, o fato é que todos eles são, a seu modo, traidores. E Vianinha dá-se ao luxo de atribuir a cada um deles um momento (ou alguns momentos) de claríssima falha tnigica — expressão cunhada por Aristóteles há mais de 2.300 anos —, a partir da qual não há mais volta atrás. Não é necessário que essa falha tenha sido fruto de deliberada má fé: o herói trágico por excelência, Édipo, comete a sua sem ter a mínima chance de dar-se conta de que a está cometendo. Os heróis de Vianinha, menos expostos à fatalidade divina, dispõem de uma dose maior de livre-arbítrio, e portanto teriam de algum modo podido escapar à maldição da traição. Supõe-se que não eslava fora do alcance de Highirte deixar de instalar em Alhambra o reinado de tortura e arbítrio em que seu país transformou-se durante o seu governo. Que não teria sido humanamente impossível a Mariz resistir às torturas a que foi submetido, evitando assim a sua falha trágica de denunciar os companheiros. Que, da mesma forma, Manguari poderia ter evitado, no plano do passado, acovardar-se e humilhar-se diante dos seus tortu­radores, assim como no plano do presente não precisava acovardar-se e humilhar-se como o fez diante das pressões do seu dia-a-dia. Que Luca, no clímax dramático da sua trajetória, não precisava ter denunciado a sua namorada Milena ao diretor do colégio. Que Lúcio Paulo Freitas, o Ele, podia muito bem se ter mostrado mais solidário com os seus colegas, acompanhando-os na previamente combinada saída da revista vendida a interesses escusos para um jornal independente e limpo, em vez de beneficiar-se com os cargos e funções que se tornaram vagos com a saída dos companheiros. Mas se eles acabaram fazendo estas e não outras opções, é que em algum canto das suas respectivas perso­nalidades eles, contraditoriamente, não eram capazes de agir de outra maneira. a macunaímica falta de uma maior firmeza de caráter, flagran­te nestas suas escolhas decisivas, eqüivale, nos seus universos contemporâneos vazios de deuses, à fatalidade divina das falhas trágicas dos heróis gregos, e faz deles, a seu modo, autênticos heróis trágicos da modernidade brasileira, em que gestos pequenos e medíocres, quando não meras omissões, substituem a grandeza clássica de Édipo matando o pai e casando com a mãe.
Curiosamente, todos estes humaníssimos traidores são do sexo masculino. As mulheres que com eles convivem, como sempre na obra de Vianinha figuras até certo ponto de segundo plano e mais monolíticas mas nem por isso menos patéticas do que os seus maridos, amantes e amigos, percorrem trajetórias mais retas, mais fiéis aos ideais de vida que adotaram (ou que lhes foram impostos pela sua posição mais passiva no conjunto das forças em jogo). A velha Grissa permanece fiel à lembrança do seu assassinado sobrinho Manito e à sua atávica lealdade ao seu pais, Alhambra; enquanto Graziela consegue ser igual­mente fiel a duas figuras antagônicas, Mariz e Highirte. Nena, mulher de Manguari e mãe de Luca, não deixa nunca de aceitar e respeitar as frágeis razões e motivações tanto do marido quanto do filho, sendo sem­pre uma emérita colocadora de panos quentes entre os dois. E se é verdade que Sílvia, a Ela de Mão na Luva, chega a trair esporadicamente o marido (pelo menos o que ela lhe conta mas será que podemos ter certeza de que os adultérios aconteceram de verdade?), ela o faz (se é que de fato o faz) movida pelo impulso de uma fidelidade maior a fidelidade a uma imagem ética idealizada pela qual, anos antes, ela se havia originalmente apaixonado. E, de qualquer maneira, no desfecho ela acaba voltando ao seu compromisso amoroso mais forte, mesmo sabendo, agora, que ele não corresponde àquela imagem ideali­zada. Magníficos personagens femininos, mas talvez sem a mesma irresistível verdade nos meios-tons e nas contradições que caracteriza os seus parceiros.
Do ponto-de-vista da estrutura dramatúrgica, as três peças apre­sentam o denominador comum de uma brilhantemente trabalhada construção em diversos pianos de tempo um recurso que Vianna, depois de superar a narrativa linear das suas primeiras obras, foi domi­nando e burilando pacientemente, até alcançar o notável virtuosismo e complexidade com que esse recurso é manejado no seu canto de despedida, Rasga Coração, em que a manipulação das técnicas de contraponto cronológico adquire as dimensões de uma personalíssima poética. Em Papa Highirte, a estrutura temporal assume uma forma mais convencional mas nem por isso menos eficiente de uma ação presente única, intercalada por pequenos mais incisivos flash-backs que a explicam, justificam e comentam. Já em Mão na Luva os planos do passado são mais do que meros flash-backs: são eles, na verdade, que definem toda a noção de evolução dos personagens, e as suas dife­rentes distâncias no tempo, em relação à ação presente, são dados fundamentais para a correta assimilação da história. Os sofisticados contrapontos, muitas vezes sob forma de uma mesma fala ou uma mesma imagem repetidas, ironicamente, em diversas épocas da traje­tória dos personagens, adquire um sentido diferente de acordo com o contexto da data em que foram formuladas, constituem um elemento essencial para a elaboração do envolvente universo poético da peça.
Papa Highirte e Rasga Coração já são verdadeiros clássicos da moderna dramaturgia brasileira, desde a divulgação que o primeiro destes textos teve ao vencer, em 1968, o Concurso Nacional de Dramaturgia do então Serviço Nacional de Teatro, causando a suspensão desse evento por seis longos anos, e desde que Rasga Coração repetiu a vitória na retomada do mesmo concurso, em 1974; sendo que em ambos os casos as peças foram proibidas pela Censura, imediatamente após terem sido premiadas. A quase simultânea encenação de ambas, na euforia da abertura que caracterizou a temporada teatral carioca de 1979, permitiu que elas fossem amplamente vistas e debatidas, embora não se possa considerar que o debate a respeito destas densas e complexas obras já se acha esgotado. No futuro, novas encenações poderão contribuir para enriquecer a discussão. De qualquer modo, a presente reedição dos dois textos, reunindo-os num mesmo volume, afigura-se muito oportuna, pois as publicações antes promovidas pelo SNT, em volumes avulsos e em tiragens muito inferiores à procura, acham-se há muito esgotadas (sendo que a de Papa Highirte, na ver­dade, nunca chegou a circular).
Mas tudo indica que a grande sensação deste volume será Mão na Luva Em primeiro lugar, pela surpresa que representa: uma peça de Oduvaldo Vianna Filho escrita em 1966 e mantida inédita e não encenada até agora constitui, a esta altura, para os incontáveis admi­radores e estudiosos do autor, um prato inesperado. Mas o seu inte­resse não se limita à sua novidade. Trata-se de uma obra que parece pre­destinada a despertar emoções e controvérsias, que provavelmente rece­berão um adicional impulso quando a peço chegar finalmente ao palco, o que, segundo tudo indica, deverá acontecer neste ano em que transcor­re o 10ª aniversário da morte do autor. À prováveis controvérsias não deixarão de apontar para o que a peça tem de substancialmente diferente de todo o resto da obra de Vianna. Como nenhum outro dos seus textos, este é um apaixonadíssimo poema de amor, recitado através de diálo­gos de um lirismo desenfreado, às vezes singularmente pouco submisso às normas do raciocínio, aspecto surpreendente em se tratando de um dramaturgo que na época questionava, às vezes duramente, a exaltação do irracionalismo no teatro do fim dos anos 60. Mas a peça acaba cons­truindo a sua lógica própria, que passa pela trilha da paixão e da poesia. Com efeito, não hesito em prometer que o leitor encontrará aqui algumas das mais passionais, belas e comoventes declarações de amor até hoje escritas para o teatro no Brasil. E, por outro lado, este por vezes quase delirante grito lírico não exclui a presença de um poderoso e rigoroso contexto histórico, social e político. Pelo contrário: os cami­nhos e descaminhos da dolorida paixão que une Ele e Ela são sempre determinados, na dosagem exata e com perfeita clareza, pelas pressões do momento histórico que o casal e o país atravessam. Assim, como sempre, Vianinha mostra-se contrariamente, poderíamos dizer, aos seus personagens exemplarmente coerente com o seu projeto de vida, ao mesmo tempo em que nos mostra que tal coerência não impede mergulhos profundos em formas extraordinariamente diversificadas de criação artística.

Yan Michalski

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

MACBETH (RJ)

De 23 a 25 de Novembro
Theatro São Pedro
A nova montagem do diretor Gabriel Villela, Macbeth, estreia em Porto Alegre no dia 23 de Novembro e segue até o dia 25, no Theatro São Pedro. 
A versão do clássico de Shakespeare apresenta a história do ambicioso Macbeth (Marcello Antony), que com a ajuda da mulher, Lady Macbeth (Claudio Fontana), elabora um plano para assumir o trono. A ânsia pelo poder leva Macbeth e sua esposa a cometerem atrocidades.

Ficha técnica:

Tradução - Marcos Daud. Colaboração - Fernando Nuno. Direção e adaptação - Gabriel Villela. Assistência de Direção - César Augusto, Ivan Andrade e Rodrigo Audi. Figurinos - Gabriel Villela e Shicó do Mamulengo. Cenografia - Marcio Vinicius. Iluminação- Wagner Freire. Antropologia da voz- Francesca Della Monica. Direção de texto -Babaya. Musicalidade da cena - Ernani Maletta. Trilha Sonora - Gabriel Villela. Direção de Movimento - Ricardo Rizzo. Adereços- Shicó do Mamulengo e Veluma Pereira.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A METAFÍSICA DO "CONTEMPORÂNEO" EM ARTE



Há mais de 30 anos, parte do teatro considerado experimental reproduz diversos padrões formais, numa espécie de cartilha gasta de recursos cênicos. Como justificativas ou legitimações desses estilemas, foram construídas diversas supostas teorias, quase todas elas amparadas na recusa pós-estruturalista à racionalidade. As teorias, na verdade arrazoados poéticos, variam nos termos chave (“paisagem de sonho”, “dinâmica volitiva”, “não-duplicação”, “anti-mimético”, “performatividade”) conforme o autor que fundamenta a condenação das “grandes narrativas”.  Mas têm um fundo comum: o culto idealista à chamada PRESENÇA, entidade abstrata que palpita no seio de outra sentença feita – a necessidade de uma “arte contemporânea”.
A rigor, a expressão é utilizada sempre para acusar de obsoleta qualquer representação anti-metafísica. Tornou-se uma grosseira fórmula de anulação do debate. Bem longe de qualquer reinvindicação legítima de atualidade pela inscrição histórica, a suposição de uma abstrata “forma contemporânea” a ser perseguida pelos artistas não esconde seu dogmatismo puramente estilístico. A expressão retoma o velho dualismo forma e conteúdo. Distingue as obras pela sua suposta capacidade de “tocar ou não tocar” a “sensibilidade contemporânea”. A norma formal nunca enunciada parece se referir a algo capaz de superar o projeto modernista (em sua dialética de aprofudamento e negação estética). Como os meios da superação não são expostos, além de uma vaga alusão ao contraponto às formas dominantes da indústria cultural (que formas? que contraponto?), impõe-se a fórmula a-histórica e metafisicante: “contemporâneo”. O suspeito “toque perceptivo” desejado por tantos artistas e críticos que acham que o máximo da arte é “causar experiências” nunca é explicado em termos concretos e parece sugerir o desejo de uma libertação genérica das amarras conceituais e representacionais. A noção de experiência é assim reduzida a uma fruição espácio-temporal em que vale tudo, menos pensar ou historicizar. Como o pseudo-conceito esconde uma normatividade estilística, talvez seja o caso de dar aqui algumas sugestões práticas àqueles que se interessarem em aprender as regras dessa poética metafísica. 

Breve manual para se tornar contemporâneo

Ponha na cabeça de uma vez por todas: a representação não dá futuro, o teatro é pura presença. Pratique, assim, a exposição da coisa em si. Prefira utilizar elementos cênicos que imponham sua “mesmidade”, impedindo que o espectador imagine algo além do que vê: água, sangue real, cocô, embutidos, nudez. Pode-se usar também anões ou galinhas, de preferência parados, como objetos capazes de negar qualquer subjetividade representacional. Combata a imaginação.
Exponha o aparato como técnica admirável e diga que isso traduz a mecanização da vida.  Voz nos microfones, câmeras que captam a performance em tempo real e a projetam numa tela,  maquinismos cenográficos, tudo em contraste com os CORPOS, que se mostram como corpos, com os dedos dos pés bem abertos.
Nas falas, prefira a forma monológica, afásica, entrecortada e lírica.  Necessariamente herméticas pois a inteligibilidade está ultrapassada. Depoimentos confessionais que interrompem o fluxo da cena, expondo algo da vida dos atores, ainda são usados. Paisagens verbais pré-conscientes em que a própria linguagem procura se oferecer em sacrifício, no limite da boa vontade da platéia, também pegam bem. Diálogos só se forem abstrações sobre abstrações, sem interlocução subjetiva.  Repita certas frases paradoxais, criando refrões com ares trágicos, de preferência com os atores demonstrando muita seriedade, no limite do mau humor.
Em síntese, cause experiências: de risco (nos atores e público), de nojo, de estetização do espaço, de expectativa de medo ou de tesão pela interatividade. O pressuposto da relação teatral corresponde à velha máxima: “se o cliente é impotente, a puta precisa lançar mão de todos os recursos”.


Sérgio de Carvalho
Dramaturgo e encenador da Companhia do Latão. É também pesquisador e professor de Dramaturgia e Crítica na Universidade de São Paulo. 

Publicado originalmente no blog DIALÉTICA DA CENA

UMA VOVÓ NO ALÉM (RS)

Foto de Luís Carlos Pretto
Dias: 17 e 18 de novembro (sábado e domingo).
Hora: 20h.
Local: Teatro Carlos Carvalho – 2º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736).
Ingressos: R$ 20,00.
Informações: www.hariboll.yolasite.ewww.facebook.com/ciaharibolldeteatro


 “Uma Vovó no Além” é uma comédia espírita que narra a chegada de uma simpática velhinha ao “outro lado da vida”, onde vai encontrar antigos e novos amigos, na nova jornada do seu espírito. Além da terceira idade, a peça aborda temas como juventude, álcool e violência no trânsito. O texto e direção são de Luís Carlos Pretto e no elenco, Allex Manzônia, Andrey Pretto, Christine de Oliveira, Clélia Goulart, Eduardo Camargo, Everton Rodrigues, Juliana Pretto, Matheus de Oliveira.
As atividades da Casa de Cultura Mario Quintana têm o patrocínio do Banrisul e apoio de sua Associação de Amigos (AACCMQ).

terça-feira, 13 de novembro de 2012

VERMELHO (SP)

Dias 16 e 17 as 21 hs e dia 18 as 20h
Theatro São Pedro

Vermelho como sangue arterial, ferrugem na bicicleta, incêndio na noite de Dresden, o sol em Rousseau, bandeira em Delacroix, mármore fiorentino, corte ao se barbear, sangue na espuma branca, bandeira russa, bandeira nazista, bandeira comunista, víceras, chamas, satã! – Rothko, o artista
Vermelho como o entardecer, bater do coração, paixão, vinho, rosas, batom, beterrabas, tulipas, maçãs, tomates, pimentas, nariz de um coelho, olhos de um albino, telefone vermelho na mesa do presidente, caquis, romãs, distrito da luz vermelha, placa de “pare”, Papai Noel! – Ken, o aprendiz

O embate do Vermelho! Mestre contra aprendiz, experiência contra inocência, conhecimento contra emoção, velho contra novo, desgaste contra o fresco.Vermelho, no palco com Bruno e Antonio Fagundes, pai e filho, fala dessa dualidade natural da passagem do tempo a todo momento. E o faz através de um momento específico da carreira do pintor russo Mark Rothko (1903-70).
Expressionista abstrato, contemporâneo de Jackson Pollock, fez parte do grupo de artistas que surge após a Segunda Guerra para fazer uma arte que reflita os sentimentos, a visão de mundo, a tragédia humana. Com cores fortes e marcantes, vive um momento de crise em sua carreira, quando recebe uma encomenda milionária para pintar painéis para o luxuoso restaurante Four Seasons em Nova York nos anos 1950. Se aceita a encomenda, está colaborando com a dinâmica da arte comercial, aquela arte que “combina com o sofá” – o que vai contra sua leitura da expressão máxima do artista.
É esse embate entre o emocional e o racional que ele trava com seu aprendiz Ken (Bruno Fagundes). Ken é o representante da nova geração de artistas que vê na pop art de Andy Worhol a nova visão de mundo, que vai sufocar o expressionismo abstrato, que por sua vez sufocou o cubismo e o surrealismo, e assim por diante. É todo esse conteúdo de renovação e decadência que é tratado no lindo e sensível texto de John Logan, peça que fez muito sucesso na Broadway, sem ser abstrato demais. Afinal, tem como espinha dorsal a interessantíssima história de Rothko, com sutis e delicados toques de humor.



domingo, 11 de novembro de 2012

HALLUCINATION (RS)



Inspirado na vida e obra da autora britânica Virginia Woolf, o espetáculo estreia nesta terça feira dia 13 e fica em cartaz até dia 22 de novembro, sempre às terças, quartas e quintas-feiras, 20h, na Casa de Cultura Mario Quintana (Teatro Carlos Carvalho). 

Dirigido por Desirée Pessoa e interpretado por Anelise Vargas e Vanda Bress, conta com a trilha de Guilherme Sanches, operada ao vivo pelo músico.
O espetáculo é a segunda parte da Trilogia Sensível, preparada especialmente por ocasião do aniversário de 10 anos de trabalho do Grupo Neelic (Núcleo de Estudos e Experimentação da Linguagem Cênica). A cenografia é de Isabel Sommer e Vera Junqueira.
A criação de figurinos é de Rô Cortinhas, e a execução é do Acervo Cabide. A iluminação é de Carol Zimmer, e a preparação corporal e vocal é de Marcia Donadel.

As fotos do cartaz são de Luciane Pires. As demais fotos são de Kiran León. A produção é de Fabiana Montin, Pablo Corroche e Guilherme Dal Castel. A criação dos vídeos é de Eduardo Cardoso.

De 13 a 22 de novembro, terças, quartas e quintas, na Casa de Cultura, sempre às 20h. Pegou? Qualquer coisa, liga pra nós, pelo (51) 9274.9933, ou manda e-mail pelo teatrodoneelic@gmail.com, ou pelo link de contato no site www.gruponeelic.com.  

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O MÁGICO DE OZ (RS)

Dias 11, 18 e 25 de novembro as 16h na sala 505 da Usina Do Gasômetro
Lembrando que é importante chegarem cedo pois a BILHETERIA ABRE 2 HORAS ANTES DO ESPETÁCULO são apenas 50 lugares na sala.
Informações pelo fone: 51 98411537


HOMENS DE PERTO 2 (RS)



Homens de Perto 2 grande sucesso da comédia gaúcha, realiza somente dois espetáculos no Theatro São Pedro em Porto Alegre. Dias 10 e 11 de novembro, sábado 21 horas e domingo 18 horas.
Homens de Perto 2 é a nova e hilariante loucura dos Homens de Perto.
Homens de Perto 2 promete cumprir trajetória semelhante a Homens de Perto que já conta com mais de 500 mil espectadores em seus quase dez anos de vida.

Ingressos:
PLATÉIA: R$60,00
CAMAROTES CENTRAIS E CADEIRAS EXTRAS: R$ 50,00
CAMAROTES LATERAIS: R$40,00
GALERIAS: R$ 20,00

QUEREM ACABAR COMIGO (RS)


O FERREIRO E A MORTE (RS)



Data: 11 de novembro (domingo)

Local: Teatro Bruno Kiefer

Hora: 20h

Valor: R$ 20 (desconto de 50% para idosos, estudantes, sócios do Clube ZH e classe artística)

O Grupo de Teatro Ta e Ai?! estará apresentando o espetáculo O ferreiro e a morte domingo, dia 11 de novembro, às 20h no Teatro Bruno Kiefer. A peça é uma livre adaptação de Dunga Brunett sobre o texto de Mercedes Rein e Jorge Curi com direção de Jadson Silva. O ingresso custa R$ 20, (idosos, estudantes, sócios do Clube ZH e classe artística pagam meia entrada).

O Ferreiro e a morte narra a história do ferreiro Miséria que após a vizita de Nosso Senhor e são Pedro é agraciado com três Desejos. Astuto, ele pede coisas vagas que parecem não ter sentido nenhum em sua vida cotidiana, Porém um dos desejos coloca o Céu e a terra num tremendo caos. A peça nada mais é do que um exercício de reflexão com humor e ironia utilizando-se de um jogo em que se confrontam a arrogância dos nobres e astúcia dos humildes, sugerindo uma luta entre generosos e mesquinhos. É precisamente essa luta que faz da peça um obra clássica que permite uma leitura diferente, de acordo com a realidade que esta vivendo no momento.

FICHA TÉCNICA

Elenco Edi Terra, Viviane Soares, Jadson Silva, Samuel Prass, Germano Braun, Rafaela Ivanovick, Camila Soares, Jakinha Santaren e Laura Winkeviks

Texto: Livre adaptação de Dunga Brunett da obra de Mercedes Rein e Jorge Curi

Direção, Trilha Sonora e Cenário: JADSON SILVA

Preparação de Atores e Iluminação: JADSON SILVA

Coreografias: Patrícia Gregório

Figurino: Naray Pereira

Realização: Grupo Ta e ai?!

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

UM QUARTO DE QUINTANA NO QUARTO (RS)



Dias: 10 e 11 de novembro (sábado e domingo).
Hora: 21h.
Local: Teatro Carlos Carvalho – 2º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736).
Ingresso: R$ 20,00, com 50% de desconto para idosos, classe artística e estudantes.

O Grupo de Teatro Lá em Casa faz custíssima temporada de “Um Quarto de Quintana no Quarto”, com direção de Pedro Delgado,  nos dias 10 e 11 de novembro (sábado e domingo), às 21h, no Teatro Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana. O espetáculo foi apresentado em julho último, na programação de aniversário de Mario Quintana, no centro cultural que leva seu nome.
No palco, o trabalho de três atores (Pedro Delgado, Douglas Carvalho e Henri Iunes) que, juntos, constroem um roteiro utilizando-se de parte da obra de Mario Quintana e de sua história pessoal para construir um ambiente teatral sensível e poético. A encenação se passa dentro do quarto do escritor no dia de sua morte, quando anjos aparecem, sendo um o relator e outro, o condutor.
A produção de Mario Quintana chega ao público por intermédio de recitação, diálogos, partituras corporais e poemas cantados em capela. Tudo deveria ser fluido e rápido, mas Quintana gosta de viver e não tem pressa de partir. Com isso, estabelece-se um jogo dialético com seus visitantes, levando-os a momentos muito tensos. Cada personagem se justifica a partir de suas ações e da textualidade da obra do autor. Assim, o espetáculo afina-se na simplicidade das ações construídas, valorizando os signos revelados por ele.

 Ficha técnica:
Texto: Mário Quintana
Direção: Pedro Delgado
Assistente de direção: Lucas Ferreira
Criação cênica: o grupo
Criação e operação de luz: Vilmar Silva
Elenco: Douglas Carvalho, Henri Iunes e Pedro Delgado

A ÚLTIMA GOTA (RS)



10 a 25 de novembro.
sábados e domingos - 16h.
Local: Teatro Carlos Carvalho – 2° andar da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736).
Ingressos: R$ 10,00 público em geral, R$ 5,00 para associados APCEF, idosos, estudantes e crianças. Menores de 7 anos são isentos.

“A Última Gota: a Consciência Ecológica através do Bom Humor”  é a peça infanto-juvenil do Grupo Teatral Caixa de Pandora, da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do Rio Grande do Sul (APCEF/RS). O bom humor é utilizado para tratar da preservação ambiental, destacado a importância da água como bem público. A peça dialoga tanto com as crianças, que são convidadas a pensarem sobre valores como respeito a todos os seres vivos e cuidados com os recursos naturais, quanto com os adultos, que são convidados a refletirem sobre o compromisso de preservação ambiental para deixarem às próximas gerações um planeta com qualidade de vida.

BECKETT & BION : GÊMEO IMAGINÁRIO (RS)

Direção de Júlio Conte
De 09 de Novembro a 02 de Dezembro
Sextas e Sábados as 21h - Domingos as 20h
Teatro de Arena

As influências e circunstâncias do encontro entre dois dos maiores pensadores do nosso século. Samuel Beckett e Wilfried Bion. Teatro e Psicanálise. Espetáculo de Julio Conte, contemplado com o Prêmio de Incentivo a Pesquisa em Artes Cênicas do Teatro de Arena, edição 2012.
Após a morte de seu pai, Samuel Beckett, o grande pensador do teatro de seu tempo, entrou em grave depressão. Procurou tratamento psiquiátrico e foi tratado pelo jovem Wilfred Biom, que viria a ser um dos grandes pensadores da psicanálise moderna. Os dois nunca mais se falaram após o término da análise – a obra de ambos, entretanto, ficou marcada por este evento. Samuel Beckett influenciou Wilfred Bion tanto quanto Bion influenciou Beckett.