domingo, 31 de julho de 2011

MARCELO DELACROIX em Montenegro

Músico, compositor, cantor, arranjador, produtor e educador musical.
Será nesta terça dia 2 de agosto o aguardado show de Marcelo Delacroix no Teatro Therezinha Petry Cardona as 20h em Montenegro. Será uma seleção dos discos do artista, ambos vencedores do Prêmio Açorianos de Música. Eu tenho o 2º Cd de Delacroix e acho o disco incrível, uma sonoridade bastante diversificada. 

Marcelo Delacroix estudou na Escola de Música da OSPA e cursou o Bacharelado em Música na UFRGS, com ênfase no violão. Atualmente cursa a Licenciatura em Música, nessa mesma instituição.Tem dois discos independentes gravados, Marcelo Delacroix (2000), com o qual ganhou o Prêmio Açorianos de Música de Melhor Disco de MPB, e Depois do Raio (2006), premiado com os Prêmios Açorianos de Melhor Disco de MPB, e Melhor Disco do Ano. Depois do Raio traz novas composições próprias em parceria com Arthur de Faria, Arnaldo Antunes, Nelson Coelho de Castro, Sérgio Napp e Ronald Augusto, além de um poema musicado de Ricardo Reis, e a regravação de Cantiga de Eira, de Barbosa Lessa.Tem participação em diversos discos, entre eles: Mosaico, do violonista Ângelo Primon, Quebra cabeça, Cuidado que Mancha, Adriana Marques e o Bando Barato pra Cachorro, Arthur de Faria e Seu Conjunto.Recebeu diversos prêmios e/ou indicações, por suas trilhas para Teatro e Dança, entre eles Os crimes da Rua do Arvoredo, A bota e sua meia, e Homem Branco e Pele Vermelha, com direção de Camilo de Lélis.Em 2005 compôs a trilha de Entre quatro paredes, com direção de Élcio Rossini. Em 2006, em parceria com Simone Rasslan, compôs a música e fez a preparação musical dos atores de Sonho de uma noite de verão, com direção de Patrícia Fagundes, ganhador dos Prêmios Açorianos e Prêmio Quero-Quero de Melhor Trilha para Teatro Adulto.Trabalhou também na função de Diretor Musical de diversos espetáculos teatrais, entre eles: Os Saltimbancos e A Arca de Noé com direção de Zé Adão Barbosa, O Príncipe que nasceu azul, direção de Marcelo Aquino, Antígona, com direção de Luciano Alabarse.Trabalha como educador musical do Projeto OUVIRAVIDA/OSPA, com crianças e adolescentes de 07 a 18 anos, e na ESCOLA PROJETO, para crianças de 02 a 10 anos. Além disso, Marcelo ministra cursos e oficinas de música para crianças e adultos.


quarta-feira, 27 de julho de 2011

O CARTEIRO no Festival de Gramado


A divulgação dos filmes que participarão da mostra competitiva do Festival de Gramado, previsto para acontecer entre 5 e 13 de agosto, trouxe pela menos uma boa notícia para mim que além de trabalhar com teatro sou carteiro: a inclusão de um filme dirigido por Reginaldo Faria. "O carteiro" é o primeiro filme de Reginaldo nos últimos 27 anos (seu último trabalho foi "Aguenta coração", de 1984), uma demora surpreendente para quem foi responsável por algumas das melhores bilheterias dos anos 60 e 70, como "Os paqueras", "Pra quem fica, tchau" e "Os machões". "O carteiro" é uma história de amor passada numa pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul na década de 80 do século passado. Na trama, um carteiro, interpretado por Candé Faria, filho de Reginaldo, viola a correspondênca pela qual é responsável para obter informações para conquistar a mulher por quem é apaixonado. Reginaldo tem uma boa relação com Gramado, onde já ganhou dois Kikitos de melhor ator ("Lúcio Flavio, passageiro da agonia", em 78, e "A menina do lado", em 87) e um troféu Oscarito em homenagem à sua carreira. Veja aí em cima o trailer de "O carteiro". 
Outra boa notícia que vem de Gramado é a homenagem a Selton Melo e a exibição de seu mais novo filme, o aguardado "O Palhaço", no 1º dia do festival, dia 5 de agosto. Já o filme "O Carteiro" será exibido no dia 11 de agosto as 21:15hs em Gramado. Imperdível!!! 


Fonte: O Globo

segunda-feira, 25 de julho de 2011

TATYANA - Cia Deborah Colker em Porto Alegre



O espetáculo TATYANA da Cia Deborah Colker estará em Porto Alegre nos dias 28 e 29 de Julho as 21 h no Teatro do Sesi. Em um grande clássico da literatura universal, Deborah Colker foi buscar inspiração para seu novo espetáculo. “Tatyana” é baseado em “Evguêni Oniéguin”, o romance em versos, publicado em 1832 por Aleksandr Púchkin (1799-1837), o pai da literatura russa. Em dois atos, a Companhia de Dança Deborah Colker leva ao palco o próprio Púchkin, interagindo com as ações, desejos, pensamentos e transformações psicológicas dos quatro protagonistas de sua obra-prima. A música de compositores como Rachmaninov, Tchaikovsky, Stravinsky e Prokofiev embala essa jornada atemporal ao âmago de uma história de duelos, desencontros, paixões e decepções. Vale a pena conferir!

FERNANDA MONTENEGRO em Porto Alegre


Fernanda Montenegro volta aos palcos gaúchos interpretando Simone de Beauvoir

Com a peça "Viver sem Tempos Mortos", atriz vem a Porto Alegre em agosto




Será uma dessas raras oportunidades de se ver uma atriz sem paralelo no palco, com a vivacidade que só o teatro pode conferir. Pois Fernanda Montenegro, 81 anos, estará no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, entre os dias 11 e 14 de agosto com o monólogo Viver sem Tempos Mortos, atuação pela qual recebeu, no ano passado, o Prêmio Shell de Teatro de São Paulo na categoria melhor atriz – uma láurea a mais para esta artista que é, ela própria, uma grife. No espetáculo, dirigido por Felipe Hirsch (de Trilhas Sonoras de Amor Perdidas, que esteve em cartaz no TSP em maio), Fernanda evoca a figura da filósofa e ensaísta Simone de Beauvoir (1908 – 1986) com base em documentos biográficos, como as cartas trocadas com o parceiro, o filósofo e escritor Jean-Paul Sartre (1905 – 1980). A encenação tem a marca da simplicidade que, na maioria dos casos, apenas a maturidade dá aos artistas – um fato ainda mais notável em se tratando de uma produção de Hirsch, que, ao lado da diretora de arte Daniela Thomas, tem criado espetáculos com cenografias deslumbrantes. 
Aqui, a promessa é de que tudo será minimalista. Mas, como se sabe, é preciso percorrer um longo caminho para chegar à concisão. Sentada em uma cadeira, Fernanda conta a história da célebre autora de O Segundo Sexo, passando pelo início do relacionamento com Sartre e pelo feminismo, causa que Simone de Beauvoir abraçou como poucas.
Claro que, nesta viagem pela vida de uma grande mulher, o público terá em mente também outra figura: ali, ao vivo, Fernanda vai compartilhar generosamente com a plateia, durante 60 minutos, o prazer do teatro. Sem contar o tempo dos aplausos. 
FONTE:ClicRBS

sábado, 23 de julho de 2011

ADEUS a AMY WINEHOUSE


Notícia triste recebemos hoje, a morte de Amy, que independente de sua atribulada vida pessoal, nos deixa uma obra potencial e que valoriza e potencializa a soul music. Fica aqui o meu apreço a essa grande, grande cantora!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

FUNARTE ANUNCIA PROGRAMAS DE FOMENTO



Com orçamento quase 50% maior que o do ano passado, será lançado até o fim de agosto o Prêmio Myriam Muniz, uma das principais ações de estímulo à produção teatral no país. O investimento no programa, que em 2010 foi de R$ 7 milhões, passou este ano para R$ 10 milhões. Além disso, estão programadas a retomada do projeto Mambembão, de estímulo à circulação de espetáculos; a reabertura do Teatro Dulcina, no dia 2 de agosto; e a estreia sul-americana do espetáculo “Uma flauta mágica”, de Peter Brook, em setembro (que faz parte da programação especial do Teatro Dulcina).
O presidente da Fundação Nacional de Artes, Antonio Grassi, anunciou na segunda-feira, 18 de julho, os programas de fomento às artes em 2011. Serão investidos mais de R$ 100 milhões em projetos nas áreas de teatro, dança, circo, música, artes visuais e de integração entre as artes. O encontro foi na Sala Sidney Miller, no Rio de Janeiro, e contou com a presença da secretária de Cidadania Cultural, Marta Porto; do representante regional do Ministério da Cultura, André Diniz; da bailarina e coreógrafa Angel Vianna; dos atores Paulo Betti e Cristina Pereira, além de profissionais da área da cultura. 
Também serão lançadas as novas edições do Prêmio Klauss Vianna de Dança e do Prêmio Carequinha de Estímulo ao Circo, cada um com investimento de R$ 4,5 milhões; e, ainda, do Programa Rede Nacional de Artes Visuais, que contará com R$ 1,9 milhão. Em outubro, será realizada a 19ª Bienal de Música Contemporânea Brasileira, considerada a mais importante mostra de música erudita do país.
Com o objetivo de descentralizar a política de fomento, o programa Microprojetos Mais Cultura Rio São Francisco, concederá prêmios de R$ 15 mil para que pequenos produtores possam viabilizar seus projetos. O investimento total do programa é de R$ 16,2 milhões.
Outra novidade é a digitalização do acervo Walter Pinto, um dos maiores empresários do Teatro de Revista, e que será também transformado em livro. A ação faz parte do projeto Brasil Memória das Artes, que conta com patrocínio da Petrobras no valor de R$ 1 milhão. Com a digitalização de seu acervo, a Funarte preserva e torna acessível ao público, através da internet, a memória cultural brasileira.
No fim de agosto, deverão ser divulgados os resultados dos Prêmios ProCultura, com investimentos de R$ 48 milhões nas áreas de teatro, dança, circo, artes visuais e música. E, ainda no mês de julho, começa o processo de seleção de projetos para a ocupação de dezenove espaços culturais da Funarte. Além disso, estão mantidos o apoio à literatura, à fotografia, à criação em música erudita e à circulação de música popular, além das oficinas de capacitação técnica e artística em diferentes segmentos. 
Durante o evento, o presidente da Funarte fez questão de apresentar ao público a Triga de Ouro, prêmio máximo da Quadrienal de Praga, o maior evento de cenografia do mundo. O troféu foi conquistado pela participação brasileira no evento. “Mais do que um prêmio para a Funarte, é um prêmio ao talento e ao trabalho do artista brasileiro”, definiu Grassi. Sobre as ações da Funarte, ele disse que são vários os desafios, mas cabe à instituição, em trabalho integrado com o Ministério da Cultura e outras secretarias, avançar nas conquistas.
Maiores informações acesse FUNARTE

sexta-feira, 15 de julho de 2011

AQUELES DOIS - Comentário Critíco


Esvaziando as gavetas do preconceito
Minas Gerais tem se destacado em suas produções na área das artes cênicas. Prova disso é o Festival do Teatro Brasileiro - Cena Mineira que encerra suas apresentações neste final de semana. Da terra mineira já assisti a trabalhos do Grupo Galpão, referencia nacional de criatividade, ao Grupo Espanca!, e sua dramaturga Grace Passô, o qual pude assistir o maravilhoso “Amores Surdos”, as Cias de dança, Grupo Corpo, Quasar Cia de dança, e 1º ato, destacando também o Grupo Giramundo.
Desta vez tive o enorme prazer de conhecer o trabalho da Cia Luna Lunera, com seu espetáculo “Aqueles Dois” baseado no conto homônimo do gaúcho Caio Fernando Abreu. O espetáculo esteve em Porto Alegre no ano passado, mas não consegui assistir. A repercussão foi ótima e eis que agora através do SESC-rs o referido espetáculo foi apresentado em Montenegro.
São muitos os aspectos que fazem de “Aqueles Dois” um dos melhores espetáculos que já assisti. Começo então pela adaptação do conto de Caio Fernando Abreu para o teatro, pois este mesmo conto já foi adaptado para o cinema. O espetáculo é uma grande homenagem ao nosso grande poeta, pois Caio está lá, presente e vivo, seja através do seu texto, que está praticamente na integra, ou seja, através do referencial do autor, pois a escrita de Caio desvela diversas referencias de livros, cinema, artistas e personalidades que permeiam sua escrita. E tudo isso está em cena. Referencias que vai desde a atriz Audrey Hepburn a Carlos Gardel, de Jane Fonda, Van Gogh a Dalva de Oliveira e Almodovar. Estas referencias criam a base dos personagens do conto e a Cia Luna Lunera potencializa com maestria esse referencial e multiplica tudo isso em cena. A começar pelo espaço cenográfico que expõe uma séria de gavetas de variados tamanhos, onde são guardados os objetos de cena, e são muitos, tudo bem organizado, a exemplo de uma repartição pública, cenário da estória da peça. Dentro destas gavetas vemos telefones, maquinas de escrever, copos, garrafas, rolhas, canetas, papéis, livros, etc. O espaço limpo se transforma num caos, onde todos falam juntos, instaurando um atribulado dia de trabalho da rotina d’aqueles dois. Raul e Saul são novos funcionários numa repartição pública. A relação entre os dois inicia de forma burocrática, mas, no entanto acaba gerando incômodo nos demais colegas de profissão.
O tema da peça (ainda) é tabu, pois trata da relação entre dois homens, mas o modo como a escrita e a encenação é apresentada, se torna altamente poética e tocante, o que em outra situação poderia resvalar e se tornar um monte de clichês. A peça é engraçada (cena em que um dos personagens começa a cantar no microfone numa espécie de karaokê, aplaudida em cena aberta), é emocionante (cena da morte da mãe, quando um vestido é desengavetado) e extremamente teatralizada, pois dialoga muito com os códigos teatrais, criando a todo tempo a ilusão em que o espectador adentra no universo daqueles personagens e a quebra da mesma, pois o espetáculo trabalha o tempo todo com a dualidade, onde quatro atores representam durante todo o tempo os personagens “Raul” e ‘Saul”. Dentro desta teatralidade a Cia Luna Lunera usa e abusa com autoridade das convenções teatrais, através de seus atores-narradores, que comentam e interferem durante toda a peça. A construção do TEMPO também é muito valorizada, a exemplo de que a história é contada duas vezes de forma diferenciada. Durante o espetáculo cartas de Caio, são lidas ao microfone, interferindo e complementando a ação.
Outro destaque é a trilha musical, operada pelos próprios atores, dá todo o clima da peça e trás clássicos do cancioneiro popular brasileiro e latino. Desfilam músicas de Marisa Monte, Maria Bethânia, Nana Caymi, além da canção que permeia toda a peça “El dia que me quieras”. Percebi que em muitos momentos a platéia cantarolava baixinho as canções junto com a peça, inclusive eu, que adoro a seleção da trilha.
A iluminação é praticamente operada em cena pelos atores, que manipulam luminárias que são utilizadas de várias maneiras. Básica e essencial.
“Aqueles Dois” foi dirigido a cinco mãos e o elenco é primoroso.
Aqueles dois + aqueles outros dois = TRABALHO EXTRAORDINÁRIO, impecável onde o trabalho físico e vocal é evidente e ótimo.
A cena final onde os dois esvaziam suas gavetas e vão embora, com aquelas figuras de olhos vazados observando a despedida é muito tocante.
O espetáculo é lindo, sutil e necessário nestes tempos (ainda) de preconceitos.

Diego Ferreira
Grupo Válvula de Escape

Acesse o BLOG  da Cia Luna Lunera 
   


quinta-feira, 14 de julho de 2011

WORKSHOP MANIFESTANDO O POPULAR



Pessoal, gostaria de divulgar este curso com um dos mais inventivos caras que eu conheço: Fabrizio Rodrigues. Quem puder prestigie.

OBJETIVO
A oficina prático/teórico pretende apresentar o conceito e a definição de Estandartes e Chita, tecido comumente utilizado como base de figurino nas manifestações populares, seus signos através de analise e criação poética, além da construção prática.
PÚBLICO ALVO
Estudantes de arte, moda, artesãos ou áreas relacionadas, profissionais que tenham o interesse em conhecer a História da Chita e a Construção de Estandartes e sua Poética.
METODOLOGIA E RECURSOS
Será apresentada a história do tecido brasileiro, a Chita, seu uso em indumentárias regionalista e decorativo, além de poéticas realizadas a partir do resgate de memórias, até chegar aos estandartes e suas funções nas manifestações populares brasileiras. Serão confeccionados estandartes com materiais alternativos e de chita. Serão apresentados vídeos e entregue textos aos participantes na forma impressa. Os demais materiais necessários para as confecções dos estandartes serão trazidos pelos participantes, não estando incluso no valor do curso.

MINISTRANTE: Fabrízio de Souza Rodrigues
Graduado em Artes Visuais – Licenciatura, pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS, tendo uma pesquisa prática e poética desde 2009 onde questiona as interligações sacras e pagãs, já participou de diversos Salões de Arte. Atua como figurinista, cenógrafo e maquiador com diversos trabalhos realizados no teatro e publicidade, sendo que em 2009, foi indicado ao Prêmio Açorianos de Teatro na categoria figurino com o espetáculo “Elefantilt – Um exercício Brechtiano”. Em 2010 foi figurinista da Parada Mágica do Natal Iguatemi e do espetáculo teatral “Hotel Fuck – num dia quente a maionese pode te matar”. Em 2011 figurinou o espetáculo de dança “Sereia Bailarina das Águas” e maquiador do espetáculo “Cabaret do Ivo”, além de diversas produções na área da publicidade.
CARGA HORÁRIA
20 horas/aulaLOCALRua Luiz Manoel, 100, Bairro Santana, Porto Alegre
DATAS E HORÁRIO19, 20, 21, 22 e 23 de julho de 2011 das 14h às 18h
NÚMERO DE VAGAS10 alunos
INSCRIÇÕES
(51) 3084 4928
Cabaret do Ivo: http://www.youtube.com/watch?v=d-AMNJ4ECmQ&feature=player_embedded


Fonte: ESPAÇO EM BRANCO

CLEASEND



No dia 20 de julho estaremos realizando a leitura dramática de CLEASEND de Sarah Kane. Segue abaixo um estudo realizado por Juliana Pamplona, que ministrou a oficina sobre S. Kane em Montenegro.







CLEANSED
por Juliana Pamplona
Um forte câmbio de identidades é trabalhado nas personagens de Cleansed alterando seus posicionamentos dentro das relações com os outros, seus nomes próprios e até gêneros e corpos físicos. Há em Cleansed camadas que diferem as personagens em níveis de figuração mais ou menos delineados. É possível dividi-la em pelo menos quatro camadas: uma correspondente a Grace, Tinker, Rod, Carl e Robin; a segunda que envolve Graham; a terceira referente à “mulher”; a quarta, das “vozes” e ainda uma camada limítrofe de figurações de fenômenos vivos, como um coro de ratos e as flores que nascem e crescem repentinamente no meio da cena.
Grace, Tinker, Robin, Carl e Rod se apresentam inicialmente com algum nível de “inteireza”. Ao longo da peça, Carl e Rod vão perdendo membros de seus corpos ao serem torturados por Tinker e também sofrem grande transformação dentro da relação amorosa que os une. Tinker sofre transformações de ordem afetiva, o que contrasta com a crueldade praticada pelo mesmo ao longo de toda a peça. Robin se suicida, não resistindo a humilhação de Tinker e a indiferença de Grace. A identidade de Robin cambia através das roupas de Graham doadas a ele quando morto e, depois, quando se vê obrigado a devolvê-las e a usar as roupas femininas de Grace (que passa a se vestir com as roupas do seu irmão, Graham). A identidade de Grace sofre transformações em vários níveis: a do vestuário; do nome (passa a ser chamada de Graham ao final da peça); do gênero (constrói para si aos poucos uma identidade masculina) e de sexo (sofre uma cirurgia em que perde os seios e ganha os órgãos genitais masculinos). Grace tem ainda outra particularidade “trans”: ela transita entre duas realidades, a das personagens no hospital (dos vivos) e a do irmão (do morto), pois ela interage com Graham da mesma forma (ou de maneira mais intensa) que interage com os demais personagens.
Graham obedece a processos figurativos similares aos citados acima (pertencentes à primeira camada), mas, o fato de não estar vivo e transitar da mesma maneira (com o mesmo poder de interferência) na realidade dos “vivos”, a personagem de Graham cria ruídos na comunicação entre Grace e os demais “vivos”. Graham é um fantasma, uma fantasia, mas não é por isso menos “presente”. Ele dança, fala e até tem relações sexuais incestuosas em cena. O que o difere é a função que adquire em cena devido a sua condição de morto e a forma com que outra personagem (Grace) vai se transformando nele gradualmente: no gestual, na voz, e no gênero, até ganhar o seu nome.
A “mulher”, uma stripper frequentada por Tinker, é um corpo sem nome, sem identidade, mas com uma função. Na medida em que sua “função” (de dançar para que o cliente goze) é modificada na relação com Tinker, ela passa a adquirir a identidade por ele projetada nela. Tinker a chama de Grace, e ela se revela uma “Grace”.
As “vozes” são personagens invisíveis, mas não por isso com menos capacidade de interferência “física” nas cenas. Elas espancam, torturam e estupram. Os agentes são vozes e barulhos de pancadas que fazem suas vítimas reagirem fisicamente, como podemos ver na cena 10. Graham, o personagem “ausente” devido a sua codificação de “morto” é o único interlocutor de Grace “presente” fisicamente. Este personagem “ausente” é o único que de fato a toca ao vivo na cena. As reações de Grace tornam um elemento cênico imaterial, como a voz, em um agente físico. A meu ver, este é um dos pontos cruciais da noção de teatro com a qual Sarah Kane quer dialogar. “Too much realism limits the power of sugestion” (1) diz Kane. Quanto às convenções cênicas, Cleansed testa seus limites ao apresentar coisas extraordinárias que acontecem em cena, as flores (daffodils) crescendo no palco sugerem um tipo de “vida” fantástica que supera os limites da natureza. Assim como, em outro momento da peça, um coro de ratos arrasta pedaços do corpo humano. Estes personagens não são necessariamente representados por “pessoas”, mas são figurações de seres vivos ativos em cena que se oferecem como problemas para a encenação.

terça-feira, 12 de julho de 2011

BLASTED de Sarah Kane


No dia 19 de julho estaremos realizando a leitura dramática de BLASTED de Sarah Kane. Segue abaixo um estudo realizado por Juliana Pamplona, que ministrou a oficina sobre S. Kane em Montenegro.






BLASTED 
por Juliana Pamplona
Blasted se constrói em torno de uma relação abusiva entre Ian (um homem de quarenta e cinco anos) e Cate (uma jovem de vinte e um) com problemas mentais. A primeira parte de Blasted se passa num quarto de hotel onde uma relação desigual e violenta é evidenciada entre eles graças a uma economia de palavras que compõe falas pungentes. O desdobramento se dá quando uma explosão (indicada por um buraco de bomba no cenário) torna esta relação íntima um espelho para um mundo em guerra. No ambiente do hotel detonado, um novo personagem ganha foco, um soldado anônimo. A lógica da guerra toma conta das relações e Ian passa do pólo de torturador de Cate para o de vítima do soldado. A peça apresenta uma série de horrores: amputação, canibalismo, estupro, tortura etc. As personagens falam de maneira crua e seca. A representação da violência também apresenta inúmeros desafios. A própria encenação é convidada a achar recursos figurativos que deem conta de imagens de intensidades extremas que não poderiam ser representadas naturalisticamente. Imagens como a de um personagem em estado deplorável – cego e faminto em situação de guerra, que come um bebê morto, fazem deste pacto de recepção do público, “um pacto difícil”. Porém há uma especificidade nesta questão das imagens teatrais: elas devem se apresentar como teatrais. Não há nesta ação um esforço cênico de que a cena do canibalismo, por exemplo, pareça “real”, entretanto, a própria indicação em cena de que isto é feito suscita repulsa pela parte do público que não se propuser imaginar o ato.
Duas propostas diferentes de delineamentos de personagens podem ser apontadas em Blasted. Num primeiro momento Ian e Cate são apresentados em detalhes (idade, profissão, background, tipo de sotaque etc.), em breve descrição didascálica. No entanto, é através dos diálogos que as informações sobre essa relação se somam e as tensões entre ambos eclodem. O filtro das limitações de Kate e a rudeza de Ian são premissas para que este relacionamento abusivo se dê. As informações não são necessariamente expostas integralmente. Sabemos, por exemplo, que Cate e Ian não se vêm há alguns anos (“vários anos”, nas palavras dela) indicando que Cate estaria, na melhor das hipóteses, na adolescência quando começaram a se relacionar sexualmente. É também a partir dos diálogos, como quando Ian a chama de “retardada” ou das falas infantilizadas que revelam pouca consciência do abuso da parte de Cate, que um abuso psicológico se revela e faz com que outros tipos de abuso, como o físico, se deem. Apesar das premissas que indicam claramente um carrasco e uma vítima, estes lugares não se sustentam da mesma maneira ao longo da peça. Ian é transportado para o outro lado quando se torna vítima das atrocidades do soldado anônimo que invade a cena da mesma forma como ocorre, em seguida, a explosão de uma bomba que detonará o espaço físico. Ao final da peça, Ian está em estado deplorável, cego e faminto, e dependente de Cate, que com boas ou más intenções – não importa – descarrega a arma de Ian impossibilitando-o uma morte mais breve (Ian diz ao longo da peça que, apesar de “assassino”, não fazia suas vitimas sofrer, simplesmente atirava mas, este não tem a “sorte” de uma morte rápida).
A segunda proposta de personagem identificada em Blasted diz respeito ao soldado. Personagem cuja função é mais importante do que a identidade. A falta de personalização da figura do soldado se justifica no fato de que sua função se iguala aos demais soldados citados na peça, que estariam espalhando horror por toda a parte também do “lado de fora” de onde a cena se passa. As descrições das torturas praticadas sadicamente pelo soldado são detalhadas. Mas, estas experiências de tortura não são exclusividade de sua biografia, pois também estão por toda a parte na peça. O espaço do hotel tem sua identidade “transtornada” ao se configurar a partir de um rombo da “parede” como campo de batalha (sem que isso seja explicado em cena, do mesmo modo em que uma guerra pode varrer vidas sem prepará-las antes). A não-identidade do soldado faz parte desta outra lógica, que dispensa que o soldado atenda a um nome. A personagem pertence a um coro implícito de soldados que vão contaminando a peça do segundo ato até o final.
Outra personagem indicada (no sentido de figuração humana presente em cena), porém que não exige necessariamente mais do que um boneco para representá-la é o bebê. Cate surge com um bebê no colo (cuja mãe foi morta na guerra). O bebê chora e logo morre de fome e é enterrado por Cate. Num curto espaço de tempo ele é referido em cena como “it”, e depois, Cate o chama de “she”, mas o bebê já está morto.
As imagens propostas em cena indicam que estes personagens passam por situações extremas. A alta voltagem da violência e do desespero humano os marca. Para melhor analisar este efeito, é interessante suspender a noção de personagem separado dos demais elementos de construção do tecido dramatúrgico, e tentar enxergar como são criados estes momentos que ultrapassam os limites. Um dos momentos mais intensos que envolvem, por exemplo, o personagem Ian desesperado de fome, desenterrando e comendo o bebê, é construído em flashes. Tal construção de imagens impactantes não é apenas conduzida pela personagem, mas também por uma rigidez de tempos e luz. Apesar dos flashes rápidos, a noção de tempo é estendida pelo fato da luz marcar o passar dos dias. Esta proposta sequencial exige uma precisão formal que mais se assemelha a uma sucessão de quadros vivos do que a uma vivência em tempo presente de cada um dos momentos extremos em suas progressões, transições e ritmos “orgânicos”. É possível recortar, para fins analíticos, dois tipos de procedimentos de escrita cênica em suas bases estruturais para exemplificação: a primeira parte possui diálogos breves que permitem um acompanhar da situação em tempo contínuo e, na segunda, uma sucessão de imagens impactantes.

domingo, 10 de julho de 2011

Ciclo de Leituras Dramáticas: SARA KANE

Do dia 19 a 22 de Julho estará acontecendo na Estação da Cultura em Montenegro o Ciclo de Leituras Dramáticas - Sarah Kane. No dia 19 parte dos alunos da Oficina do Válvula e eu estaremos realizando a leitura do texto BLASTED (Detonado) que conta com os seguintes atores: Diego Ferreira, Luan Silveira, Marisol Rommel e Graziele Borguetto. Já no dia 20 é a vez do Grupo Válvula de Escape que contará com os seguintes atores: Ana Ulrich, André Susin, Adriana da Cruz, Diewerson Raymundo, Diego Ferreira, Leonardo Nunes e Tuane Tain Bessi, que farão a leitura de CLEASEND (Purificado), sempre as 20h com entrada franca e classificação de 16 anos. O cliclo é resultado da oficina ministrada pela carioca Juliana Pamplona sobre os transtornos recorrentes  na obra de Sarah Kane, promovido pelo Sesc-Montenegro. 


VIDA E OBRA DE SARAH KANE

Em um dia frio de fevereiro de 1999, a dramaturga Sarah Kane foi encontrada pendurada em um banheiro no King’s College Hospital de Londres. Foi apenas dois dias após uma tentativa de suicídio anterior. Nesse momento, parece que os demônios Kane finalmente haviam apanhado com ela. Como um reflexo, a sua carreira tinha queimado brilhantemente, mas foi tudo muito rapidamente apagado. Ela se tornou a Jimi Hendrix da British, poetiza, artista e profeta cujas palavras soaria muito tempo depois de sua passagem.
Sarah Kane nasceu em Essex em 1971. Sua família era profundamente religiosa, como foi Kane em seus primeiros anos – um palco que ela viria a renunciar. Durante sua adolescência, ela se envolveu no teatro local. Após se matricular, ela estudou em universidades de Bristol e Birmingham. Apesar de ter começado com a intenção de ser atriz, ela logo se sente atraída pela escrita. Em Birmingham, ela começou a escrever, embora fizesse isso em segredo, e não como parte de seu curso. O resultado foi Blasted. O jogo foi apresentado com alunos no fim do ano e a peça chamou a atenção de um agente. Blasted foi realizada no Royal Court Theatre Upstairs, em 1995 – e a reação foi imediata.
Alguns críticos de Blasted, disseram que (entre outras coisas), foi “uma festa repugnante de imundície” e como “ter realizado toda a sua cabeça em um balde de miudezas. Parece que estes ataques profundamente afetaram Kane, o que talvez explique algumas de suas ações posteriores.
O grande mestre do teatro britânico, Harold Pinter, foi fortemente em defesa de Kane. Ligando os próprios críticos, Pinter rejeitou suas farpas como mal-informadas e sugeriu que o jogo era demasiado complexo para eles.
Mais sobre o jogo apareceu na televisão britânica e houve um animado debate sobre o trabalho, em particular a avaliação Blasted – em função da extrema violência – muitas vezes em Shakespeare.
Apesar da polêmica sobre Blasted, o Gate Theatre, em Londres, encomendou a Kane para escrever e dirigir Phaedra’s Love, uma atualizada, sem socos, e puxada versão do mito grego sobre o amor entre Hipólito e sua madrasta. Foi produzido em 1996. A peça é frequentemente considerada como o mais fraco de Kane, o que talvez explique por que a reação da crítica foi muito mais suave.
Kane escreveu então Cleansed. Com ecos de sua experiência na universidade, Cleansed é definida em um campo de concentração do tipo universitário por um médico vicioso e traficante de drogas. Sua utilização de elementos como mutilação e abuso de drogas novamente distanciou o público conservador. Afetada por sua reputação crescente, Kane decidiu escrever a sua próxima jogada, Crave sob o pseudônimo de Marie Kelvedon. Foi inaugurado em 1998, e é possivelmente o mais acessível trabalho de Kane para o público mainstream. Um poema para quatro vozes, Crave é muitas vezes considerado pelos fãs de seu trabalho, como sua realização final.
Enquanto Crave estava recebendo ótimas criticas, Kane estava verificando-se em Maudsley Hospital lutando contra uma depressão. Após a sua recuperação, Kane virou a mão para seu trabalho final, 4.48 Psicose. O título, quase insuportavelmente irônico agora, refere-se ao momento em que a maioria dos suicídios ocorrem.
Ela completou a peça em janeiro de 1999, mas antes que pudesse ser encenado sofreu uma overdose de pílulas para dormir. Sua colega de quarto encontrou-a e apressou-la ao hospital. Mas esse ato de bondade estendeu-lhe a vida por apenas dois dias. Ela tinha 28 anos.
Fonte: CÊNICO

Cia Luna Lunera trás "AQUELES DOIS" a Montenegro


No dia 12 de julho, o Arte Sesc – Cultura por toda parte destaca em sua programação o espetáculo “Aqueles Dois”, com a Cia Luna Lunera, de Minas Gerais. Criada a partir do conto homônino do escritor Caio Fernando Abreu, publicado em sua primeira versão no livro “Morangos Mofados’, a peça tem nos personagens Raul e Saul o centro da trama. A apresentação acontece no Teatro Therezinha Petry Cardona às 20h.
Da rotina de uma “repartição” revela-se o desenvolvimento de laços de cumplicidade entre dois de seus novos funcionários, Raul e Saul. Nesse texto, como praticamente em toda a produção literária de Caio, são múltiplas as citações ou simples menções a artistas e obras de áreas diversas, locações urbanas, letras de músicas, filmes, épocas, em que o autor mistura, despudoradamente, seus mundos biográfico e ficcional. Na montagem há ainda outras referências, as dos artistas envolvidos na sua criação: cinco diretores, quatro deles atuando na cena. Assim como o conto, a peça possibilita uma diversidade de leituras e percepções sobre o universo ”daqueles dois", em que cenário, figurino e trilha sonora explicitam uma intencional simultaneidade abrangente a várias décadas.
Criada em 2001, por um grupo de atores formados pelo Centro de Formação Artística do Palácio das Artes (Cefar), a Cia Luna Lunera deu início ao projeto Observatório de Criação - pelo Fundo Estadual de Cultura de Minas Gerais - com o espetáculo “Aqueles Dois”. O objetivo é pôr à mostra os novos processos criativos do grupo. A peça é concebida pelo grupo, dirigida e criada por Cláudio Dias, Marcelo Souza e Silva, Odilon Esteves, Rômulo Braga e Zé Walter Albinati. Os atores Cláudio Dias, Guilherme Théo, Marcelo Souza e Silva e Odilon Esteves foram o elenco.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

UNIVERSO "O PEQUENO PRÍNCIPE" invade Porto Alegre

Duas atividades importantes estão ocorrendo em Porto Alegre, que trás o universo de "O Pequeno Príncipe" como  tema, e que como este é o tema de nossa pesquisa, estaremos ligados e gostaríamos de compartilhar. A primeira atividade é a exposição "O Pequeno Príncipe". Nada melhor do que anunciar na semana de aniversário de Antoine de Saint-Exupéry esta exposição superexclusiva que acontecerá no Iguatemi. De 8 a 28 de julho, o shopping receberá O Pequeno Príncipe em uma arena de 300m² que reunirá os principais trechos da obra do autor. Os apaixonados pelo clássico terão a oportunidade de fazer uma viagem pelo mundo do pequeno aventureiro e do seu criador.

Já a segunda atividade é neste sábado com o argentino Daniel Link, ele será um dos palestrantes do seminário Livros que Abalaram o Mundo - Módulo II. O livro em questão é o clássico da literatura francesa O Pequeno Príncipe. Link nasceu em Buenos Aires em 1959. É escritor, crítico literário e professor de Literatura do Século XX na Universidad de Buenos Aires. Sua obra foi traduzida para o português, inglês, alemão e italiano. É membro da Associação Brasileira de Literatura Comparada (Abralic) e da Latin American Studies Association (LASA).
Atuando na imprensa portenha, Link editou o suplemento cultural do jornal Pagina 12 e também a revista literária Magazine Literario. Como romancista publicou Los años 90 (2001), La ansiedad (2004),Montserrat (2006) e o livro-reportagem La mafia rusa (2008). Seus ensaios foram compilados em La chancha con cadenas (1994) e Como se lê e outras intervenções críticas (publicado no Brasil pela editora Argos em 2002).

Sobre a importância do best-seller de Antoine de Saint-Exupéry na cultura contemporânea, Link afirmou: "El Pequeno Príncipe es el libro absoluto porque es el libro que han leído todos y es también el libro de quienes han leído uno solo libro. El libro, por lo tanto, que singulariza y fija los procesos de interpelación de la infancia para constituirla en mercado."
Então, quem puder prestigie!



terça-feira, 5 de julho de 2011

O HÓSPEDE SECRETO com Cacá Carvalho em Porto Alegre


O espetáculo “"O Hóspede Secreto"”, do dramaturgo italiano Stefano Geraci, teve sua estreia mundial, no dia 20 de agosto de 2010, em São Bernardo do Campo, no Pavilhão Vera Cruz, por ocasião do lançamento da parceria estabelecida entre a Fondazione Pontedera Teatro/Itália e a Casa Laboratório para as Artes do Teatro.
Com direção de Roberto Bacci, protagonizado por Cacá Carvalho, diretor da Casa Laboratório para as Artes do Teatro, e por Joana Levi, atriz residente da Casa, o texto é inspirado nas reflexões e recomendações que o grande ator e diretor francês Louis Jouvet transmitiu aos jovens estudantes da Commedie Francaise.
“O Hóspede Secreto” reflete sobre a condição de “representar” ao narrar a história de um velho grande ator clássico dos textos de Molière que, ao se trancar em casa, se vê perseguido por sombras que circulam pelos teatros. Seu jovem secretário e camareiro revela-se mensageiro de sua real condição. Segundo o diretor do espetáculo, "“Jouvet, falando do ofício do ator, trata da relação entre nossa personalidade e nossa essência. Percorre a distância entre 'como fomos construídos pelos outros e pelas circunstâncias' e como seríamos únicos se fossemos livres para crescer e modificar-nos segundo a nossa “essência e não sujeitos às leis da educação familiar e social".”
Durante o espetáculo, o ator dialoga com o texto e com os personagens de Molière, joga e reflete sobre seu próprio ofício e sua própria condição, mas a sombra da essência do personagem que não quer encarnar, que se declara "desencarnado", para poder permanecer vivo em toda a sua potencialidade, o persegue, abrindo uma ferida que parte do ator-intérprete para o espectador-homem.
Ficha técnica
Autor: Stefano Geraci
Direção: Roberto Bacci
Elenco: Cacá Carvalho e Joana Levi
SERVIÇO:
Dias 7,8 e 9 de Julho
20h
Teatro do Sesc - Porto Alegre