Dando sequência a safra de boas estreias do teatro gaúcho, lá vai mais uma bela opção, o novo espetáculo do Falos, que estreia dia 20. Contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, Hybris é uma ponte entre o trágico e o contemporâneo. Em Hybris, as paredes se movem em torno do público para imergi-lo no universo fantástico de personagens emparedados num tempo de desmedidas e questionamentos sobre uma civilização que colocou em risco sua própria existência. Nesse espetáculo do Falos, o público é jogado dentro de lúdicas instalações do premiadíssimo artista plástico Luiz Marasca para vivenciar um surpreendente existencialismo erótico, repleto de provocações e gozo estético. Hybris é a desmedida, a geradora do trágico. É esse o paralelo que a dramaturgia do espetáculo faz com nosso tempo de forma contemporânea e não linear. Ao propiciar o encontro entre o arcaico e o contemporâneo, o dramaturgo compõe uma unidade híbrida, na qual teatro, dança, e artes visuais dialogam com fluidez para falar da decadência de uma sociedade de emparedados.
Os prédios do Hipódromo do Cristal são considerados obras-primas da arquitetura brasileira e uruguaia, que encontram destaque no plano mundial. Desenhados em estilo moderno pelo arquiteto uruguaio Román Fresnedo Siri, que utilizou influencias retiradas do hipódromo de Zarzuela em Madrid, foram inaugurados em 1959 depois de cerca de dez anos de obras, exigindo aterro de um trecho da margem do rio Guaíba.
Fresnedo Siri usou métodos revolucionários para época, como paredes duplas, e fez do vidro uso inédito, confrontando-se com outros hipódromos relevantes da época. A relação com o Rio Guaíba foi especialmente considerada, bem como as formas das proteções solares. O volume caracteriza uma verdadeira caixa de vidro, antecipando as propostas contemporâneas de desmaterialização. E é esse conceito de desmaterialização que o artista plástico porto-alegrense Luiz Marasca amplia na ambientação de Hybris, fazendo elenco e público se movimentarem pelos três andares do Pavilhão Popular do Jockey Club. Este diálogo com o espaço, característica do Falos & Stercus, torna Hybris um espetáculo ainda mais instigante.
DE 20 DE NOVEMBRO À 13 DE DEZEMBRO
SÁBADOS, DOMINGOS E SEGUNDAS
21 HORAS
HIPÓDROMO DO CRISTAL
PAVILHÃO POPULAR DO JOCKEY CLUB
(AO LADO DO BARRA SHOPPING)
ESTACIONAMENTO GRATUITO NO LOCAL
Direção e Dramaturgia: Marcelo Restori
Elenco: Alexandre Vargas, Carla Cassapo, Fábio Cunha, Fábio Rangel, Jeremias Lopes e Luciana Paz
Ator Mirim: Fredericco Restori
Atriz Convidada: Bia Noy
Bailarinas Convidadas: Aline Karpinski, Iandra Cattani, Juliana Rutkowski, Carol Dias e Fabiana Martins
Coreografia: Aline Karpinski.
Cenários e Ambientações: Luiz Marasca
Trilha Sonora Original: 4Nazzo e Cláudio Bonder.
Desenho de Luz: Veridiana Matias.
Preparação Vocal: Marlene Goidanich.
Maquiagem: Juliane Senna
Figurinos: Daniel Lion
Preparação de Rappel: Fábio Cunha
Fotografias e Arte Gráfica: Fernando Pires
Produção Audiovisual: Coletivo Inconsciente
Elaboração de Projeto: Alexandre Vargas
Assistente de Produção: Elenice Zaltron
Produção, Divulgação e Realização: Falos &Stercus.
contatos: www.falosestercus.com.br
(51) 81467050, 84171777 e 33912063
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