quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

TEATRO BRASILEIRO - Origens/Teatro dos Jesuítas - Século XVI

O teatro brasileiro surgiu quando Portugal começou a fazer do Brasil sua colônia (Século XVI). Os Jesuítas, com o intuito de catequizar os índios, trouxeram não só a nova religião católica, mas também uma cultura diferente, em que se incluía a literatura e o teatro. Aliada aos rituais festivos e danças indígenas, a primeira forma de teatro que os brasileiros conheceram foi a dos portugueses, que tinha um caráter pedagógico baseado na Bíblia. Nessa época, o maior responsável pelo ensinamento do teatro, bem como pela autoria das peças, foi Padre Anchieta.

O teatro realmente nacional só veio se estabilizar em meados do século XIX, quando o Romantismo teve seu início. Martins Pena foi um dos responsáveis pôr isso, através de suas comédias de costumes. Outros nomes de destaque da época foram: o dramaturgo Artur Azevedo, o ator e empresário teatral João Caetano e, na literatura, o escritor Machado de Assis.




Teatro dos jesuítas - Século XVI

Nos primeiros anos da colonização, os padres da chamada Companhia de Jesus (Jesuítas), que vieram para o Brasil, tinham como principal objetivo a catequese dos índios. Eles encontraram nas tribos brasileiras uma inclinação natural para a música, a dança e a oratória. Ou seja: tendências positivas para o desenvolvimento do teatro, que passou a ser usado como instrumento de "civilização" e de educação religiosa, além de diversão. O teatro, pelo "fascínio" da imagem representativa, era muito mais eficaz do que um sermão, pôr exemplo.
As primeiras peças foram, então, escritas pelos Jesuítas, que se utilizavam de elementos da cultura indígena (a começar pelo caráter de "sagrado" que o índio já tinha absorvido em sua cultura), até porque era preciso "tocar" o índio, falando de coisas que ele conhecia. Misturados a esses elementos, estavam os dogmas da Igreja Católica, para que o objetivo da Companhia - a catequese - não se perdesse.
As peças eram escritas em tupi, português ou espanhol (isso se deu até 1584, quando então "chegou" o latim). Nelas, os personagens eram santos, demônios, imperadores e, pôr vezes, representavam apenas simbolismos, como o Amor ou o Temor a Deus. Com a catequese, o teatro acabou se tornando matéria obrigatória para os estudantes da área de Humanas, nos colégios da Companhia de Jesus. No entanto, os personagens femininos eram proibidos (com exceção das Santas), para se evitar uma certa "empolgação" nos jovens.
Os atores, nessa época, eram os índios domesticados, os futuros padres, os brancos e os mamelucos. Todos amadores, que atuavam de improviso nas peças apresentadas nas Igrejas, nas praças e nos colégios. No que diz respeito aos autores, o nome
de mais destaque da época é o de Padre Anchieta . É dele a autoria de Auto de Pregação Universal, escrito entre 1567 e 1570, e representado em diversos locais do Brasil, pôr vários anos.
Outro auto de Anchieta é Na festa de São Loureço, também conhecido como Mistério de Jesus. Os autos sacramentais, que continham caráter dramático, eram preferidos às comédias e tragédias, porque eram neles que estavam impregnadas as características da catequese. Eles tinham sempre um fundo religioso, moral e didático, e eram repletos de personagens alegóricos.

Além dos autos, outros "estilos teatrais" introduzidos pelos Jesuítas foram o presépio, que passou a ser incorporado nas festas folclóricas, e os pastoris.



SEGUE AMANHÃ NO PRÓXIMO POST.



terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

IMPROVISAÇÃO TEATRAL: Princípios e Essência.


Assim como muitas barbaridades são perpetradas em nome de inestimáveis valores como liberdade, igualdade, fraternidade etc., da mesma forma uma série de equívocos costumam ocorrer quando se trata de improvisação teatral, sendo o mais comum a crença de que desenvoltura verbal é o suficiente - neste particular, a mestra de todos nós, Maria Clara Machado, costumava dizer que o excesso de palavras é quase sempre proporcional à ausência de sentimento.
           
Mas antes de nos aprofundarmos no tema, talvez seja imperioso recorrer à conceituação. No caso, do verbo Improvisar. Segundo mestre Aurélio...
            Improvisarfazer arranjar, inventar ou preparar às pressas, de repente (improvisar uma fantasia, improvisar uma mentira); falar, escrever, compor, sem preparação, de improviso (improvisar um discurso).
            De suas palavras podemos deduzir no mínimo duas coisas. A primeira: que improvisar requer imaginação (inventar). A segunda: que é inerente ao verbo um sentimento de urgência (preparar às pressas). E tais atributos estão aqui restritos ao universo cotidiano, pois quando entramos no terreno teatral muitas outras premissas se fazem indispensáveis, embora não raro desprezadas ou ignoradas. Vamos a algumas delas.
Disponibilidade
            Antes de qualquer outra coisa, o aluno/ator tem que tentar se colocar em um estado de total disponibilidade, pois só assim conseguirá interagir verdadeiramente com seus parceiros através dos estímulos que recebe e envia. Mas atenção: estar disponível para o outro não significa aderir a qualquer proposta apresentada, se esta se afigura como um disparate. Neste caso, e sem interromper a improvisação, o aluno deve buscar uma alternativa imediata para dar um novo rumo (ou tornar mais plausível) a uma iniciativa equivocada de seu colega, sem questioná-la com palavras inúteis, priorizando a ação.       
 Coragem

            De todas as artes, a do ator talvez seja a que contenha os maiores riscos, posto que exercida ao vivo e sem qualquer tipo de intermediação com a platéia. Ou seja: mesmo que uma peça tenha sido exaustivamente ensaiada, ou já esteja em cartaz há muito tempo, nada impede que numa determinada noite ocorra algum imprevisto que obrigue o ator a esquecer o combinado e partir corajosamente para uma solução improvisada - afinal, o show não pode (ou não deve) parar. Neste caso, a URGÊNCIA de encontrar uma saída convincente estimulará ao máximo a IMAGINAÇÃO do intérprete.
            Entretanto, o ato de partir corajosamente para uma solução improvisada não nasce do nada, mas certamente é fruto de um treinamento específico, de preferência constante, ao qual todos os intérpretes devem se submeter, sejam eles profissionais consagrados ou jovens que estejam dando início ao seu aprendizado. E ainda que alguns exibam mais facilidade para improvisar do que outros, a coragem de lançar-se em um terreno desconhecido é essencial para qualquer um que pretenda intitular-se ATOR.

Medo 
            Atores ou não, todos temos medo, ainda que em graus variados, de nos confrontarmos com o desconhecido. Isso significa penetrar em um local isento de referenciais tranqüilizadores, uma espécie de terra de ninguém, de onde podemos retornar mais enriquecidos ou com inquietações que não supúnhamos ter. Mas esta é uma das regras do jogo e para usufruí-lo plenamente é preciso ao menos tentar esquecer,  momentaneamente que seja, todos os receios que tendem a nos paralisar e impedir de vivenciar novas experiências. É claro que essa disponibilidade não nasce de uma hora para outra, mas também jamais ocorrerá por insistência do professor ou em decorrência de qualquer outro tipo de estímulo externo. O aluno tem que querer e é essa vontade que o fará superar aos poucos todos os bloqueios que o inibem.
Ilusão

            Entretanto, é muito comum nos depararmos com alunos de improvisação que julgam, erroneamente, já estarem em um estágio muito avançado no tocante ao tema, pelo simples fato de freqüentarem há algum tempo um curso específico ou já terem freqüentado vários. E se incitados a justificar o porquê de avaliação tão lisonjeira, em geral as respostas são muito parecidas, podendo ser resumidas a dois singelos tópicos:
1º A timidez inicial cedeu lugar à desenvoltura.
2º As parcas palavras de outrora passaram a jorrar aos borbotões.
Ou seja: ausência de timidez e fluência verbal estariam na essência da complexa arte de improvisar...
            Nada mais enganoso, obviamente. Um aluno pode ser extremamente desenvolto em cena (no sentido de ausência de timidez) e falar pelos cotovelos sem que isso signifique que algum dia tenha verdadeiramente improvisado. Ou seja: se aventurado em universos distantes de seu cotidiano. E por nunca tê-lo feito, cria sempre “personagens” que o têm como principal referência. E por isso tende a falar, se locomover e gesticular como o faz na vida real.

Sugestões

            Como o presente artigo não pretende esgotar o tema, vamos encerrá-lo com algumas poucas sugestões, válidas tanto para iniciantes como para aqueles que já se julgam “experts” no assunto. Assim, sempre que estiver improvisando...
          
1) Procure, sempre que possível, fugir de seu universo pessoal.
2) Fale apenas o essencial. Palavras em excesso comprometem os sentimentos.
3) Aprenda a escutar os outros. Só assim os outros escutarão você.
4) Não faça questão de impor suas idéias. É importante aceitar outras.
5) Contracenar implica em troca: saber dar e saber receber.
6) Teatro é ação, não digressão.
7) Quando perceber uma dificuldade, invista nela.
8) Reaja prontamente a todos os estímulos, sem maiores racionalizações.
9) Pense sempre que você está atuando para alguém.
10) Não sofra se algo der errado numa improvisação. Acertos só nascem de equívocos.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

EUGÊNIO BARBA - A animalidade do ser humano


Eugenio Barba entende o teatro como uma manifestação artística que visa ao espectador. Isto não significa, de forma alguma, fazer concessões com o intuito de captar a atenção da plateia. A interatividade vazia não integra o vocabulário do fundador italiano do Odin Teatret – companhia criada em 1964, em Oslo, e pouco tempo depois transferida para a cidade dinamarquesa de Holstebro. 
- Eu não vou ao teatro para ver propriamente a revelação do ator, mas para que ele me faça entrar em contato com uma das facetas da minha própria multiplicidade. Pode ser, claro, que o ator, ao revelar algumas das suas contradições, leve-me a perceber as minhas – confirma Eugenio Barba, fundador da International School of Theatre Anthropology (ISTA), em 1979.
O diretor do Odin chama atenção para o fato de que cada indivíduo porta uma multiplicidade, talvez desconexa, e não se resume a uma unidade coerente.
Em que pese a defesa das especificidades, Barba e também Jerzy Grotowski, encenador com quem conviveu durante três anos, na década de 60, na cidade polonesa de Opole, buscam encontrar aquilo que conecta todos os seres humanos.
- O público é uma grande massa e cada um de nós, um microcosmo diferente. Como pode o ator dialogar com esses microcosmos? No teatro como entretenimento é possível. Constantin Stanislavski “inventou” a noção de teatro como arte, assim como a de artista como criador e a de espetáculo como obra original – assinala o autor de A terra de cinzas e diamantes.
Barba refere-se ao fundador (junto com Nemirovitch-Dantchenko) do Teatro de Arte de Moscou, em 1898, e criador do chamado Método das Ações Físicas, de acordo com o qual cada ator deveria construir uma partitura de ações formada a partir de associações pessoais.
- O teatro tenta despertar um diálogo com uma parte exilada do espectador, com aquilo que não é mostrado, que não é de bom tom. Todos nós já fomos surpreendidos como uma parte de nós que reage. Não tem nada a ver com identidade cultural. É algo que pertence à esfera da animalidade do ser humano, no sentido mais concreto – garante.
O Método das Ações Físicas problematizou o conceito de memória emotiva, uma vez que a emoção, por não ser exatamente possível de ser controlada, dificilmente serviria como ponto de partida para o trabalho do ator. A partir do entendimento do corpo como depositário da memória, a noção de interioridade foi, de certo modo, revista.
- Sabermos que a interioridade existe. O problema é que a minha interioridade não pode entrar em contato com a de outra pessoa, senão através da exterioridade – esclarece.
Determinadas questões despontaram norteando as pesquisas de Stanislavski, Grotowski e Barba.
- Como fazer um espetáculo que dialoga com a matéria escura que se agita dentro dos espectadores? Como criar uma dramaturgia evocativa que permita a quem assiste projetar suas próprias experiências biográficas? Os espectadores se conscientizam de suas diferentes. Passam a ter isto em comum – observa.
Foi também a partir do método concebido por Stanislavski que despontou a importância da estruturação no trabalho do ator, que, só assim, estaria apto a preservar determinadas qualidades de sua interpretação a cada apresentação.
- O ator trabalha em estados de ânimo diferentes noite após noite. Ocorrem, portanto, alterações dentro da estrutura. Mas teatro é estrutura – frisa Eugenio Barba. - Reconhecemos determinado ator e, ao mesmo tempo, percebemos que não é o mesmo que no trabalho anterior. Há uma dialética entre reconhecer e ser surpreendido. É isto que faz com que um ator tenha identidade.
Grotowski, que deu continuidade ao trabalho de Stanislavski, defendia a possibilidade de um ato de desnudamento impiedoso por parte do ator diante do espectador, de uma interação de alma para alma entre ambos.
- Quando eu estava com Grotowski ele não falava exatamente em desnudamento total. A terminologia veio depois de O Príncipe Constante, espetáculo no qual chegou a um resultado único com o ator Ryszard Cieslak – diz Barba, referindo-se à encenação do texto de Calderon de la Barca. – A partir dali ele passou a destacar o desnudamento do ator diante do espectador, testemunha deste ato. Depois de Apocalypsis com figuris, parou de fazer teatro. Afinal, se você é um alpinista e chega ao Everest só o que pode fazer é voltar ao Everest.
O modo de abordar os textos não era evidentemente ilustrativo, preocupação que pode ser detectada nas montagens de Eugenio Barba.
- Quando você lê Dostoievski ou Thomas Mann, por exemplo, há algo explícito e algo subterrâneo, uma densidade formada pelo literal e pelo que o transcende – constata.
Diretores como Grotowski, Peter Brook e Barba trabalharam a partir da percepção de que, no século XX, o teatro perdeu espaço para o cinema e a televisão. Entretanto, eles não passaram a barganhar a atenção do espectador.
- Depois da Segunda Guerra Mundial, ficou claro que o teatro poderia desaparecer, que só era necessário a quem fazia. O teatro não era mais o espetáculo do nosso tempo, da nossa sociedade. Tornou-se uma forma arcaica que só interessa a uma minoria – sublinha Barba. 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

UBIRAJARA FIDALGO: Precursor da Dramaturgia Negra Brasileira




Ubirajara Fidalgo - ator e dramaturgo - foi precursor em levar o debate racial para dentro dos palcos


Ubirajara Fidalgo, criador do TEPRON - Teatro Profissional do Negro - nasceu no Maranhão, e já aos 17 anos, despertou para o fato de que era um "negro falso", como ele mesmo dizia: era necessário ter uma conscientização de sua origem e de sua própria raça.

Em 1968, ainda em São Luis, ingressou no curso de iniciação teatral de Jesus Chediak e daí não parou mais.  


Já em 69, realizou o curso de Formação de Atores na Universidade do Maranhão, dando continuidade do curso na Universidade do Rio de Janeiro, e em 1970, participou do Seminário Permanente com o Professor Ronaldo Carijó, onde participou do Ballet Descobrimento do Brasil, com música do maestro Heitor Villa-Lobos. 

No ano seguinte, em 71, inicia o curso de preparação de Artes Cênicas com o professor N. de Paiva, promovido pelo Serviço Nacional de Teatro - SNT. Neste mesmo ano, é premiado como melhor ator pela sua expressão corporal no infantil de Pedro Porfírio, dirigido por Procópio Mariano: Faça Alguma Coisa Pelo Coelho, Bicho!
Em 72 passa a ser presença constante em mesas de debates sobre a problemática da raça negra, sendo também convidado para entrevistas em rádio e tv. No ano seguinte, monta o infantil Os Gazeteiros, com um elenco todo formado por atores negros realizava então o seu grande ideal: "Queria ver negros interpretando papéis de cidadãos!"
Seu casamento em 28 de Janeiro de 74 com Alzira Fidalgo, vem solidificar sua brilhante trajetória. O grupo de teatro TEPRON foi a maneira encontrada por Ubirajara para chamar a atenção das pessoas para a falta de espaço para um ator negro. Durante 3 anos, cerca de 300 alunos de teatro passaram pela escola de Fidalgo. Este escritor e autor maranhense sempre teve a preocupação em fazer um trabalho que refletisse também sua condição de negro.
Logo após ter escrito Tuti, em 73, procurou negros famosos para avaliar seu trabalho e para juntos, criarem um espaço alternativo como opção profissional: "Todos, a princípio, ficaram fascinados com a idéia, mas desistiram ante a dificuldade em conseguir verbas", afirmava.
Fidalgo continuou apostando na possibilidade de comercialização da dramaturgia negra e conseguiu provar que estava certo! Na estréia do monólogo Desfuga, em 82 (em cartaz durante 3 anos), sob os aplausos do público, confirmou que é possível um teatro comercial com uma temática envolvente e estimulante como a da consciência racial. 
Nos últimos anos muito se falou sobre companhias de teatro compostas por atores afro-brasileiros como o Bando de Teatro Olodum, da Bahia ou a Companhia dos Comuns, no Rio de Janeiro, (ou o Caixa Preta de POA), cujas montagens refletem os anseios da população negra no Brasil. Porém, um dos precursores desse movimento - iniciado ainda nos anos 40 com encenações de clássicos do teatro pelo TEN, Teatro Experimental do Negro, de Abdias do Nascimento - foi o dramaturgo, ator, diretor e produtor maranhense Ubirajara Fidalgo, morto no ano de 1986, no Rio de Janeiro. Criador do Teatro Profissional do Negro, o T.E.P.R.O.N, ainda nos anos 70, poucos anos apos aportar no Rio de Janeiro direto de São Luís do Maranhão. Ubirajara Fidalgo não só tornou-se o primeiro dramaturgo negro no Brasil como foi pioneiro em várias outras frentes; levou, pela primeira vez, o debate racial para os palcos com a participação do público e sua companhia, o TEPRON, iniciou o que hoje tornou-se o lema de instituições respeitadas como o grupo de teatro Nos do Morro; formou e empregou centenas de jovens atores de favelas e periferias. Com o T.E.P.R.O.N Ubirajara Fidalgo encenou uma série de textos autorais que sempre refletiam a problemática do racismo e do preconceito em todas as suas vertentes e através de vários gêneros; fosse em comédias, dramas e, até mesmo, em peças infantis como o musical OS GAZETEIROS, que ficou em cartaz durante os anos de 1982 a 1985 no Teatro Thereza Rachel. Foi lá também que ele encenou junto com o T.E.P.R.O.N outros dois grandes sucessos da época, o monologo DESFULGA (que significa literalmente o contrario de "fuga") e drama de Zé Baiano, o nordestino deslumbrado com a cidade grande em FALA PRA ELES, ELISABETE. Ativista do Movimento Negro, autor, ator, produtor e diretor da companhia, Fidalgo desempenhava todas essas funções com maestria, chegando, inclusive, a apresentar um quadro sobre moda, cultura e comportamento durante os anos de 1984 a 1986 no programa ELA com Edna Savaget, na Rede Bandirantes. Seu último trabalho em vida foi a montagem da peça TUTI no Teatro Calouste Gulbenkian, que abordava o racismo nas relações interpessoais através de um inusitado triângulo amoroso entre uma prostituta, um professor de história e uma judia aristocrata. No ano seguinte, em julho de 1986, viera a falecer, aos 37 anos, em decorrência de insuficiência renal. Todavia ainda deixou um acervo com obras inéditas e um livro inacabado que fazem parte do acervo da Associação Cultural e Teatral Ubirajara Fidalgo, administrada pela sua viúva, a produtora Alzira Fidalgo.

Blog com + de 10 mil acessos!


Pessoal gostaria de compartilhar que o Blog Válvula de Escape, atingiu a marca de 10.000 mil acessos em pouco mais de 1 ano. Ficamos muito felizes em saber que o que escrevemos por aqui, respinga em muitas pessoas. O foco deste blog e divulgar as atividades do Grupo Válvula de Escape, divulgar espetáculos, oficinas e afins e debater questões acerca do teatro contemporâneo. Em 2011 muitas novidades além das seções permanentes. 
Abraços a todos nossos leitores e seguidores.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

OLHAR (es) DA CENA por TUTI KERBER


Assovio...

Numa noite de dezembro fui à Estação. De alma limpa e aberta, para ver o trabalho de amigos atores, curiosa em apreciar o que tinham pesquisado e construído. Pois me surpreendi! A maneira como utilizaram o espaço, desde a rua até o porão. A “Madame” recepcionando e vendendo os ingressos. Confesso que num primeiro olhar não reconheci a Ana. Já no porão, a sensação de estar dentro da história e sofrer junto com a autora. Que sufocante deve ser ter as idéias e ter de colocá-las no papel, de forma a ser legível aos olhos de leitores. Ver a Maura em cena é muito bom, sempre. Ver a Ana Denise foi marcante, pois existe uma construção de personagem muito boa, muito envolvente. Minha maior surpresa foram Gabriela e Leonardo, que conheci há alguns anos, bem pequerruchos, e agora dando show no “palco”. 
O grupo todo estava numa energia que me levava junto com a história, mesmo os “não-atores”, digamos assim, fazendo seu papel e envolvidos na trajetória de Macabéa. E quem não é um pouco de Macabéa de vez em quando? “Eu me dôo por dentro...” Quem não sofre às vezes pelo simples fato de... existir?
Bem, vamos a algumas considerações técnicas, uma vez que esse olhar me foi pedido. A utilização dos espaços, desde a rua te a última cena foi muito boa. Sugiro explorar mais a luz na cena das duas Macabéas e no WC. Senti vontade de saber o cheiro do cigarro da autora, talvez um odor doce. No WC também, talvez um cheiro de desinfetante, de desodorante spray, e mais caracterizações, mais papel, mais toalhas... Isso porque a primeira cena e a casa da Madame tem um ambiente mais preparado, mais explorado quanto a luz e objetos, entende?  
Sugiro uma leve maquiagem como lápis no olho e batom cor de boca, pois a Madame é “super produzida” enquanto os outros personagens estão de rosto nu. Sim, a proposta do rosto nu funciona, mas num todo, destoa da personagem da Ana. A escolha dos figurinos foi feliz, desde a semelhança das Macabéas até a contra-regragem/atores.
Quanto à direção, achei que o Diego ficaria traumatizado depois de aturar as “véias” Wilma e Elza por meses! Hehehehe. Brincadeira. Eu sabia que veria trabalho, dedicação, pesquisa. E vi. O Diego é um diretor muito dedicado, posso dizer isso por experiência própria. E a maneira como orientou o grupo, adaptação do texto, tudo tinha um olhar preocupado e cuidadoso, com a “cara” de Diego Ferreira.
Foi uma experiência feliz que quero repetir em 2011, se possível, revendo o “Assovio...” ou, quem sabe, me maravilhando com um novo trabalho do grupo. Parabéns e muita MERDA! 

Tuti Kerber é atriz e professora graduada em Teatro pela Uergs. Atuou e dirigiu diversos espetáculos entre os quais: "Wilma e Elza" com direção de Diego Ferreira, "O Rei Cego", "Cordão Umbilical", "O Bilhete premiado" entre outros.


sábado, 5 de fevereiro de 2011

O PEQUENO PRÍNCIPE


" Só se vê claramente com o coração, pois o essencial é invisível aos olhos".
Saint - Exupéry

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O PEQUENO PRÍNCIPE - Projeto para 2011

O ano mal começou e já estamos mergulhados na pesquisa do nosso novo trabalho: uma adaptação do clássico "O pequeno príncipe" de Antoine de Sait-Exupéry. O espetáculo será dirigido para o público de todas as idades, principalmente pela característica do texto, repleto de simbologias e metáforas do mundo moderno e do ser humano em busca de respostas. Pretendemos realizar uma abordagem contemporânea sobre a obra, pesquisando principalmente sobre o trabalho do ator e o que isto implica na construção da cena. Já estamos pesquisando e estudando o livro através de uma abordagem filosófica, com o auxilio do nosso colega de grupo, o ator André Susin, que é mestre em Filosofia, e que tem conduzido os debates que envolvem pensadores das áreas da filosofia e da psicologia, para tentar compreender esta enigmática obra do imaginário dos leitores da obra. No último encontro assistimos ao filme: 


"O Pequeno príncipe" de 1974, dirigi do por Staley Donen, com roteiro de Alan Joy Lerner. 

A história gira em torno do piloto da Segunda Guerra (Richard Kiley), que começa sua aventura no deserto depois de uma pane no meio do Saara. Certa manhã, é acordado pelo Pequeno Príncipe (Steven Warner), que lhe pede: "Desenha-me um carneiro"? É aí que começa o relato das fantasias de uma criança como as outras, que questiona as coisas mais simples da vida com pureza e ingenuidade. O principezinho havia deixado seu pequeno planeta, onde vivia apenas com uma rosa vaidosa e orgulhosa. Em suas andanças pela Galáxia, conheceu uma série de personagens inusitados – talvez não tão inusitados para as crianças!
Um rei (Joss Ackland) pensava que todos eram seus súditos, apesar de não haver ninguém por perto. Um homem de negócios (Clive Revill) se dizia muito sério e ocupado, mas não tinha tempo para sonhar. Um bêbado se embriagava para esquecer a vergonha que sentia por beber. Um geógrafo (Victor Spinetti) se dizia sábio mas não sabia nada da geografia do seu próprio país. Assim, cada personagem mostra o quanto as “pessoas grandes” se preocupam com coisas inúteis e não dão valor ao que merece. Isso tudo pode ser traduzido por uma frase da raposa –brilhantemente interpretada por Gene Wilder – que ensina ao menino de cabelos dourados o segredo do amor: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.
Os destaques do filme ficam por conta da presença, sempre marcante, do comediante Gene Wilder, que aqui faz uma raposa tão enigmática quanto o seu personagem Willy Wonka; da dança muito bem coreografada de Bob Fosse como a Cobra, aliás Bob já era um grande dançarino da Broadway antes mesmo de dar as caras em seu primeiro filme (Dá-me Um Beijo, 1953). As canções de Alan Jay Lerner e Frederick Loewe dão um toque mágico ao filme e conseguiram uma indicação ao Oscar com “Little Prince”.

Estamos aguardando o resultado do financiamento do Fumdesc da Prefeitura de Montenegro, para a realização deste projeto que pretende estrear em outubro de 2011. 
A partir de hoje acompanhem por aqui o nosso processo de criação, os debates e nossas fontes de pesquisa do nosso próximo projeto. 
E em março de 2011 aguardem uma programação dentro da semana "Teatro para escapar" dentro das festividades do dia internacional do teatro e da passagem do 1º aniversário do Grupo Válvula de Escape, do dia 24 a 29 de Março.
Abraços!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

MERDA!!!

A origem da expressão "merda" no teatro.


A expressão “merda” usada no teatro surgiu na França, e existem duas versões da história de seu surgimento. 
Leia as duas e eleja a sua melhor... 

Primeira Versão:
Um ator iria apresentar a peça mais importante de sua vida, estava  nervosíssimo, pois na platéia estariam os mais importantes críticos da cidade. No percurso de sua casa ao teatro encontrou muitos obstáculos. Primeiro, deparou-se com um incêndio, teve que desviar e acabou se perdendo.
Como quem tem “boca vai a Roma”, conseguiu chegar ao teatro. Na porta do teatro para completar suas asneiras, pisou em um cocô.
Entrou, atuou e saiu muito feliz com a melhor atuação de sua vida.

Segunda Versão:
Antigamente as pessoas chegavam aos teatros em carruagens. Quanto mais carruagens, mais merda os cavalos deixavam nas ruas e calçadas.
Assim, muitas pessoas entravam no teatro com os sapatos sujos, de merda, e quanto mais merda deixada nos capachos, mais a casa estaria cheia. 
Assim, a expressão “merda” tem o mesmo significado de boa sorte e é sempre usada antes das apresentações. 
Lembrando que, nunca se deve agradecer com obrigado ou de nada quando alguém lhe desejar “merda”, deve responder apenas “merda” ou ficar calado.

Portanto, merda a todos.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

NILDO PARENTE - Homenagem

Morreu na noite de segunda-feira o ator Nildo Parente, aos 74 anos, vítima de um AVC. Ele estava internado há cerca de um mês no Hospital Silvestre, no Centro do Rio. 
O ator, nascido em Fortaleza, estreou no cinema, e trabalhou com diretores como Eduardo Coutinho, Zelito Viana e Hector Babenco em seus mais de 40 anos de carreira. Parente também atuou em dezenas de novelas na TV Globo, sua última novela foi "Paraíso tropical".
No cinema, seu trabalho mais recente foi em "Chico Xavier", dirigido por Daniel Filho. Em 2008, Parente atuou no aclamado curta-metragem "Depois de tudo", de Rafael Saar, em que contracenou com Ney Matogrosso como um casal de homossexuais na terceira idade. No teatro, seu último trabalho foi o espetáculo "Medida por medida", dirigido por Gilberto Grawrosky, que eu assisti ano passado aqui em Montenegro. Esta é a homenagem do Válvula de Escape a memória deste profissional do palco.



domingo, 30 de janeiro de 2011

VENCEDORES DO PRÊMIO VÁLVULA 2010


Conforme prometido divulgo por aqui os vencedores de uma saudável brincadeira deste blog que indicou e elegeu os melhores espetáculos teatrais que passaram por Montenegro em 2010. 





Melhor Ator –
Carlinhos Tabajara por “Auto da Paixão e da Alegria” 









Melhor Atriz –
Guida Viana – Dona Otília 





Melhor Trilha Sonora –
Arthur de Faria  e Adolfo Almeida Jr. Por "Solos Trágicos" 


Crédito Adolfo Studio 

Detalhe cenário "Aquelas Duas"







Melhor Cenário –
"Aquelas Duas" 








              

Melhor Direção –
Roberto Oliveira por "Solos Trágicos 
        













Melhor Figurino –
        Chico Perereca e Sandra Possani por "Aquelas Duas" 
I       
   luminação –
Fred Tolipan por "Náufragos" 
          
                                            Carol Zimmer por "Solos Trágicos" 
           
          










Melhor Espetáculo 
        AUTO DA PAIXÃO E DA ALEGRIA - Grupo Timbre de Galo

UMA DICA - MARCELO DELACROIX


Pessoal, gostaria de dividir uma dica de CD maravilhosa. Trata-se de "Depois do Raio" de Marcelo Delacroix. É um trabalho de 2006 que recebeu o Prêmio Açorianos de Música de Melhor Disco de MPB e Melhor do Ano. É simplesmente maravilhoso, repletos de canções altamente poéticas e inspiradoras que estão povoando a minha cabeça neste momento. Já conhecia o trabalho do Delacroix pelas trilhas compostas para teatro, mas é a primeira vez que ouço um trabalho seu em cd e é fantástico. Procurem este disco e desvelem os encantos deste músico extraordinário.
Delacroix é Músico, compositor, cantor, arranjador, produtor e educador musical. Estudou na Escola de Música da OSPA e cursou o Bacharelado em Música na UFRGS, com ênfase no violão. Atualmente cursa a Licenciatura em Música, nessa mesma instituição.
Tem dois discos independentes gravados, Marcelo Delacroix (2000), com o qual ganhou o Prêmio Açorianos de Música de Melhor Disco de MPB, e Depois do Raio (2006), premiado com os Prêmios Açorianos de Melhor Disco de MPB, e Melhor Disco do Ano. Depois do Raio traz novas composições próprias em parceria com Arthur de Faria, Arnaldo Antunes, Nelson Coelho de Castro, Sérgio Napp e Ronald Augusto, além de um poema musicado de Ricardo Reis, e a regravação de Cantiga de Eira, de Barbosa Lessa.
Tem participação em diversos discos, entre eles: Mosaico, do violonista Ângelo Primon, Quebra cabeça, Cuidado que Mancha, Adriana Marques e o Bando Barato pra Cachorro, Arthur de Faria e Seu Conjunto.
Recebeu diversos prêmios e/ou indicações, por suas trilhas para Teatro e Dança, entre eles Os crimes da Rua do Arvoredo, A bota e sua meia, e Homem Branco e Pele Vermelha, com direção de Camilo de Lélis.
Em 2005 compôs a trilha de Entre quatro paredes, com direção de Élcio Rossini. Em 2006, em parceria com Simone Rasslan, compôs a música e fez a preparação musical dos atores de Sonho de uma noite de verão, com direção de Patrícia Fagundes, ganhador dos Prêmios Açorianos e Prêmio Quero-Quero de Melhor Trilha para Teatro Adulto.
Trabalhou também na função de Diretor Musical de diversos espetáculos teatrais, entre eles: Os Saltimbancos e A Arca de Noé com direção de Zé Adão Barbosa, O Príncipe que nasceu azul, direção de Marcelo Aquino, Antígona, com direção de Luciano Alabarse.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

LIXO EXTRAORDINÁRIO Documentário sobre Vik Muniz é indicado ao Oscar



'Lixo Extraordinário', uma coprodução Brasil/Reino Unido, foi anunciada nesta terça (25) como um dos indicados ao Oscar de 'Melhor Documentário'. 


O filme, que já venceu os prêmios de público nos festivais de Sundance e Berlim no ano passado, foi gravado em três anos e acompanha um projeto social do artista plástico brasileiro Vik Muniz com catadores do lixão de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ). 


A produção, dirigida por João Jardim, concorrerá com "Exit through the gift shop", do artista plástico Banksy; "GasLand", de Josh Fox; "Trabalho interno", de Charles Ferguson; e "Restrepo", de Tim Hetherington e Sebastian Junger.

INDICADOS AO OSCAR 2011

Cisne Negro - Foto Divulgação



E saiu hoje a tão aguardada lista dos indicados ao 38º prêmio da Academy Awards, a famosa estatueta do Oscar. Sem surpresas, a relação agradou tanto o público como a crítica, com nomes já cotados pelo seu estrondoso trabalho. A entrega do prêmio irá ocorrer no Teatro Kodak no dia 27 de Fevereiro e será apresentado por James Franco (que concorre na categoria de “Melhor Ator”) e Anne Hathaway. 


O recordista de indicações deste ano foi “O Discurso do Rei” que concorre em 12 categorias, o filme aborda a luta do Rei George V da Inglaterra para superar a sua gaguez e discursar em frente a nação com o intuito de unir a mesma através de palavras de incentivo.



O ranking se completa com "Bravura indômita", que obteve dez indicações, "A rede social" "A origem", ambos com oito indicações. Em seguida vêm "O vencedor", que disputa o prêmio em sete categorias, "127 horas" em seis, e "Cisne negro""Toy story 3" em cinco. A nomeação dos candidatos é sempre permeada surpresas, e a desse ano foi a indicação do espanhol Javier Bardem por sua participação em "Biutiful".



O filme brasileiro “Lula - o filho do Brasil”esperava ser indicado para a categoria de “Melhor Filme Estrangeiro”, mas não obteve êxito em sua pretensão. O país vai ser representado por “Lixo Estrangeiro” em “Melhor Documentário”.


Confira a lista completa dos indicados ao Oscar 2011: 


Melhor filme: 
- “A rede social”
- “O discurso do rei”
- “Cisne negro”
- “O vencedor”
- “A origem”
- “Toy Story 3”
- “Bravura indômita”
- “Minhas mães e meu pai”
- “127 horas”
- “Inverno da alma”


Melhor diretor: 
- David Fincher – “A rede social”
- Tom Hooper – “O discurso do rei”
- Darren Aronofsky – “Cisne negro”
- Joel e Ethan Coen – “Bravura indômita”
- David O. Russell – “O vencedor”


Melhor ator: 
- Jesse Eisenberg – “A rede social”
- Colin Firth – “O discurso do rei” 
- James Franco – “127 horas”
- Jeff Bridges – “Bravura indômita”
- Javier Bardem – “Biutiful”


Melhor atriz: 
- Annette Bening – “Minhas mães e meu pai”
- Natalie Portman – “Cisne negro”
- Nicole Kidman - “Rabbit hole”
- Michelle Williams - “Blue valentine”
- Jennifer Lawrence - “Inverno da alma”


Melhor ator coadjuvante: 
- Mark Ruffalo – “Minhas mães e meu pai”
- Geoffrey Rush – “O discurso do rei”
- Christian Bale – “O vencedor”
- Jeremy Renner – “Atração perigosa”
- John Hawkes – "Inverno da alma"


Melhor atriz coadjuvante: 
- Helena Bonham Carter – “O discurso do rei”
- Melissa Leo – “O vencedor”
- Amy Adams – “O vencedor”
- Hailee Steinfeld – “Bravura indômita”
- Jacki Weaver - “Reino animal”


Melhor roteiro original: 
- “Cisne negro”
- “Minhas mães e meu pai”
- “O vencedor”
- “A origem”
- “O discurso do rei”


Melhor roteiro adaptado: 
- “A rede social”
- “127 horas”
- “Bravura indômita”
- “Toy Story 3”
- "Inverno da alma"


Melhor longa-metragem de animação: 
- "Como treinar o seu dragão"
- "O mágico"
- "Toy Story 3"


Melhor direção de arte: 
- "Alice no País das Maravilhas"
- "Harry Potter e as relíquias da morte - Parte 1"
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "Bravura indômita"


Melhor fotografia
- "Cisne negro"
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "A rede social"
- "Bravura indômita"


Melhor figurino
- "Alice no País das Maravilhas"
- "I am love"
- "O discurso do rei"
- "Bravura indômita"
- "The tempest"


Melhor documentário (longa-metragem) 
- "Exit through the gift shop"
- "Gasland"
- "Inside job"
- "Restrepo"
- "Lixo extraordinário"


Melhor documentário (curta-metragem) 
- "Killing in the name"
- "Poster girl"
- "Strangers no more"
- "Sun come up"
- "The warriors of Qiugang"


Melhor edição
- "Cisne negro"
- "O vencedor"
- "O discurso do rei"
- "127 horas"
- "A rede social"


Melhor filme de língua estrangeira
- "Biutiful"(México)
- "Dogtooth" (Grécia)
- "In a better world" (Dinamarca)
- "Incendies" (Canadá)
- "Outside the law" (Argélia)


Melhor trilha sonora original
- "Como treinar seu dragão" - John Powell
- "A origem" - Hans Zimmer
- "O discurso do rei" - Alexandre Desplat
- "127 horas" - A.R. Rahman
- "A rede social" - Trent Reznor e Atticus Ross


Melhor canção original
- "Coming home", de "Country Strong"
- "I see the light", de "Enrolados"
- "If I rise", de "127 horas"
- "We belong together", de "Toy Story 3"


Melhor curta-metragem
- "The confession"
- "The crush"
- "God of love"
- "Na wewe"
- "Wish 143"


Melhor curta-metragem de animação
- "Day & night"
- "The gruffalo"
- "Let's pollute"
- "The lost thing"
- "Madagascar, carnet de voyage"


Melhor edição de som
- "A origem"
- "Toy Story 3"
- "Tron: o legado"
- "Bravura indômita"
- "Incontrolável"


Melhor mixagem de som
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "Salt"
- "A rede social"
- "Bravura indômita"


Melhores efeitos visuais
- "Alice no País das Maravilhas"
- Harry Potter e as relíquias da morte - Parte 1"
- "Além da vida"
- "A origem"
- "O Homem de Ferro 2"