Veja abaixo o que já foi dito sobre o espetáculo "Assovio no Vento Escuro".
...Eu saí boquiaberto do espetáculo Assovio no Vento Escuro, do Grupo Válvula de Escape. Pasmo. Confesso que foi tudo acima do esperado. O ambiente – os porões da Estação da Cultura, em Montenegro – o jogo de luzes e sons, o desempenho dos atores, a sinergia da peça. (...) Pouco entendo de teatro, mas conheço a obra de Clarice Lispector, fundamentalmente o livro em que se baseia a peça, A Hora da Estrela. Uma obra complexa, difícil de ser adaptada fora da literatura, mas rica em conceitos e conteúdos. Pois a trupe de Diego Ferreira conseguiu tudo isto. E ir além. Não perdeu o foco, a essência, a mensagem, e talvez tenha dito até mais. Algo quase metafísico. O elenco arrasa, sem exceção. (...) Enfim, fico sem argumentos pelo medo de ser piegas, (...) Mas a direção de Diego Ferreira é genial no detalhe, no charme da divulgação, na genialidade das cenas, no roteiro que resume sem perder um ponto fundamental sequer. A interatividade com o público, somada a essa coisa de que Clarice Lispector mostra, desnuda, nossos porões. Assovio no Vento Escuro é pura alma. É espetáculo de primeira grandeza, ao pé da letra. Como, ao pé da letra, é totalmente Clarice Lispector. Que os ventos nos tragam seus novos assovios, pois Válvula de Escape definitivamente é, sem dúvida, a melhor referência para uma parada e reflexão.
Oscar Bessi Filho é escritor e Capitão da Brigada Militar
...Impossível iniciar qualquer assovio sem reverenciar as válvulas criadoras destes sons.(...) Me chama a atenção a sensibilidade deste espetáculo. Assovio no Vento Escuro para além de nos contar a história de Macabéa, fala diretamente aos nossos sentidos. E isto se dá por vários fatores. Talvez o principal deles seja o local que é co-autor desta obra. Não consigo imaginar este espetáculo acontecendo em um lugar que não seja o porão da Estação da Cultura, teria que se reinventar completamente. As paredes de pedra, o chão e as janelas pequenas auxiliam na criação de sentido e transportam a nossa imaginação para além deste próprio espaço. (...) Diego faz isso muito bem e ao mesmo tempo não me joga em uma ilusão capaz de me privar da racionalidade, me mostra que estou vendo teatro. Uma cena em especial merece destaque para ilustrar este aspecto: o momento em que duas atrizes representam a personagem Macabéa criando uma multiplicidade de focos típicos do teatro contemporâneo. Destaco ainda o conjunto de atores. Sinto que eles estão recheados deste contexto que os segura e os sustenta e isso reverbera de forma positiva no espetáculo. (...)
Cássio Azeredo - Ator, Professor e Diretor do Teatro do Clã.
(...) Diferente de muitas releituras dramáticas de obras literárias, o espetáculo não necessita do livro como um manual para compreensão da peça. Também não foge às características do universo da Clarice. Isso se deve a uma feliz adaptação da obra narrativa para o texto dramático concebida pelo diretor Diego Ferreira com pinceladas filosóficas de André Susin. (...) O diretor é muito feliz também na concepção do espetáculo, pois surpreende ao assumir a teatralidade que busca na encenação. (...) O elenco é muito equilibrado. (...) A narradora nos guia pela mão nessa trajetória de vida da Macabéa e os atores representam muito bem sua sina. As metáforas da peça e a sensibilidade na atuação fazem com que o espetáculo seja muito rico. A direção do Diego Ferreira é muito feliz em suas escolhas. (...)
Marcos Cardoso - Ator e Professor - Teatro do Clã.
(...) O Grupo Válvula de Escape estréia a peça “Assovio no Vento escuro” trazendo o texto de Clarice Lispector à expressão melhor da dramaturgia. O texto escolhido “À hora da estrela” é resistente a encenação pela riqueza de frases, de textura própria da autora. Porém, o grupo veste esta roupagem e faz disto o fio próprio de seu tecer.(...) O texto é denso e leve, falado e lido naquilo que a leitura de fato oferece: a invenção. As palavras da escritora são transcritas, reinventadas no jogo de luz, sons, interpretação e tempo.De fato, a angústia da criação deixa a mostra a nudez de todos que ali estão. Não há como não inventar palavras enquanto estamos na cena.E estamos todos na cena com Macabea, Clarice,Olimpico,escrita,Glória,músico,menina,morte,cartomante,futuro,solidão.Não saímos impunes.O grupo nos oferece esta condição. (...) Saímos estarrecidos desta estréia! Parabenizo a todos da cena, principalmente os artistas que representaram esta expressão de um si mesmo. (...)
Adriana Bandeira é Psicanalista, Escritora e Colunista do Jornal O Progresso.
(...) me surpreendi! A maneira como utilizaram o espaço, desde a rua até o porão. (...) O grupo todo estava numa energia que me levava junto com a história, (...) Eu sabia que veria trabalho, dedicação, pesquisa. E vi. O Diego é um diretor muito dedicado, posso dizer isso por experiência própria. E a maneira como orientou o grupo, adaptação do texto, tudo tinha um olhar preocupado e cuidadoso, com a “cara” de Diego Ferreira.(...)
Tuti Kerber - Atriz - Teatro do Clã.
Criticas maravilhosas... isso instiga ainda mais a vontade de teus trabalhos...
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