Dias 15 e 16 de Junho - 21h
Dia 17 de Junho -18h
Baseada em três histórias reais, Palácio do Fim, com direção de José Wilker e no elenco Camila Morgado, Antônio Petrin e Vera Holtz. Escrita pela dramaturga canadense Judith Thompson, a partir de relatos reais, a peça mostra três visões particulares sobre o drama iraquiano. O espetáculo descreve a forma pela qual três vidas, mesmo em lados opostos de um conflito, podem ser modificadas e conectadas pela barbárie.
Palácio do Fim, referência à antiga sede da câmara de tortura de Saddam Hussein (1937-2006), leva o público a observar como, nas mais diferentes culturas, a irracionalidade traça sempre o caminho da dor. No primeiro conto, Minhas Pirâmides, Camila Morgado interpreta Lynndie England, oficial do exército americano, grávida do ex-namorado e acusada na corte marcial pelo abuso de prisioneiros em Abu Ghraib. Fotografada torturando prisioneiros, ela reflete sobre as fortes imagens que expuseram ao mundo as grotescas técnicas de tortura que arquitetou ― presos sendo puxados por coleiras e amontoados nus em pirâmides.
Em Colinas de Horrowdown, segunda história, Antonio Petrin vive o Dr. David Kelly, inspetor de armas britânico que contou à BBC que não havia armas de destruição em massa no Iraque. Foi atacado e humilhado pelo governo britânico. O angustiado cientista, então, se prepara para a morte tendo como cenário um bucólico bosque perto de sua casa, na Inglaterra. Suas últimas horas são dedicadas a um discurso de redenção em que revela as circunstâncias pelas quais apresentou falsas premissas para a guerra.
No último monólogo, Instrumentos de Angústia, Vera Holtz é Nehrjas Al Saffarh, ativista iraquina membro do Partido Comunista, morta num bombardeio durante a guerra do Golfo, em 1993. É depois de morta que ela recorda como sobreviveu à polícia secreta de Saddam Hussein e aos horrores aos quais foi submetida no Palácio do Fim.
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