Logo depois: brevíssima temporada de 2 semanas no Museu do Trabalho. De 12 a 21 de abril, sextas a domingos.
Nos dias 22, 23 e 24 de Março (Espetáculo participante da Semana de Porto Alegre, com ENTRADA FRANCA)
Pensar a morte, a nossa e a dos mortos que carregamos, é pensar o tempo de uma forma que ele não desaparece. É articular uma teia de memória que define quem somos e abre possibilidades a quem podemos e queremos ser – afinal, somos aquilo que lembramos, e aquilo que esquecemos também. A morte é a experiência do tempo, é nossa memória coletiva e individual, simultaneamente. Morremos e rejuvenescemos sem cessar. Em Natalicio Cavalo, vida, morte e memória se encontram na trama de trajetórias que atravessa a composição dramatúrgica: a do próprio Natalicio, que já está morto, e a dos atores e personagens que buscam reconstituí-la, tecendo fragmentos e imaginando o que não sabem. Uma celebração do tempo e dos espaços que habitamos, e que outros habitaram antes de nós.
Somos o único animal que sabe que vai morrer. Essa consciência está presente em cada momento do cotidiano e alimenta a filosofia. Não há vida sem morte, não há morte sem vida. No entanto, em nossa época a morte foi de certo modo transformada em espetáculo virtual e afastada da vida íntima. Contra o elogio da juventude eterna e a propaganda da vida asséptica, nos aventuramos na temática da morte, compreendida como zona de sombra que define a experiência humana, como espaço de memória que articula passado, presente e futuro.
A Trilogia Festiva dá continuidade à investigação da Cia Rústica de linguagens e metodologias de criação estruturadas sobre o que denominamos ética da festividade na criação cênica: uma ética do encontro e da diversidade, que celebra o corpóreo, o prazer e o próximo, aceitando a sombra e a turbulência como parte de uma existência plural. Nesse contexto, compreendemos a festa como uma forma de negociar com a morte e reinventar o mundo, e o teatro como um mecanismo de relações que pode articular estratégias de resistência frente à banalização promovida pela indústria cultural.
A Trilogia Festiva busca navegar nesse espaço de encontro e experiência sensível, aventurando-se em zonas sombrias e inevitáveis da trajetória humana, ainda que frequentemente relegadas na sociedade contemporânea: o fracasso, a morte e o caos. A primeira montagem foi Clube do Fracasso (2010). Natalicio Cavalo, segunda montagem do projeto, lança um olhar festivo à experiência da mortalidade, entendendo que vida e morte são parte de um só movimento. Natalicio vive suas vidas e várias mortes em aventuras poéticas pelos caminhos do sul, um anti-herói que vaga entre a cidade e o pampa durante o século XX, celebrando a vida e encontrando a morte em mais de uma esquina. Transitando entre os anos 40 e o presente, a montagem percorre o universo do pampa gaúcho e também da paisagem urbana e boêmia de Porto Alegre.
Direção e composição dramatúrgica :
Patrícia Fagundes
Elenco:
Heinz Limaverde
Lisandro Bellotto
Marcelo Mertins
Marina Mendo
Priscilla Colombi
Rossendo Rodrigues
Figurino: Daniel Lion
Trilha Sonora: Arthur de Faria
Preparação musical: Simone Rasslan
Marchinha da Morte e colaboração musical:Marina Mendo
Composições e preparação coreográficas: Clóvis Rocha Asgadan
Assistência de Direção: Ander Belotto e Mauricio Casiraghi
Videos:Mauricio Casiraghi
Iluminação:Lucca Simas
Cenografia: Rodrigo Shalako
Assistência de Produção: Vinicius Mello e Ander Belotto
Apoio Produção e Administração: Juan Luis Regodon
Direção de Produção: Patrícia Fagundes
Blog e redes: Marina Mendo
Assessoria de Imprensa: Leo Sant’Anna e Ana Cláudia Dolzan
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