quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

EROS IMPURO (BRASILIA)


Dias 18,19 e 20 de Fevereiro - 20h
Teatro do SESC
ENTRADA FRANCA
Eleito melhor texto teatral de 2013 pelo portal de notícias R7, o espetáculo Eros Impuro segue itinerância nacional pelo Fundo de Apoio à Cultura do GDF (FAC) e aporta no palco do Teatro do Sesc de Porto Alegre entre os dias 18 e 20 de fevereiro. A peça do coletivo Criaturas Alaranjadas Cia. de Teatro (Brasília) discute um tema urgente à sociedade: o abuso sexual contra menores. 
Em 2013, o espetáculo circulou por oito capitais, fez 53 sessões e foi visto por mais de 2,5 mil espectadores. Com estreia em abril de 2011, já esteve em festivais em Brasília. Vitória, Goiânia e Recife, além de turnês em Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Belém, Fortaleza, João Pessoa e São Paulo, onde fez temporada de 25 sessões com êxito de crítica.
Inspirada inicialmente nos limites da arte erótica e no caos da criação artística, que envolve sanidade e loucura, a montagem Eros Impuro é fruto da fruição artística do diretor-dramaturgo Sérgio Maggio, que teve a ideia da obra depois da experiência criativa de observar uma tela do ator, artista plástico e protagonista da peça Jones de Abreu. A partir do quadro - que pontua como um gesto cotidiano pode incitar um pensamento erótico -, o roteiro foi criado propondo um questionamento sobre as sequelas do abuso sexual.
Vítima de abuso sexual, o personagem Andrei busca se livrar da angústia que o persegue por meio da arte. O artista plástico acredita que encontrará sua redenção quando conseguir reproduzir na tela a mesma energia sentida no momento do ato de violência. Como os modelos vivos usados por Andrei são garotos de programa, sua obra é vista como pornográfica, suja. O pintor é julgado e marginalizado pela sociedade conservadora, que tem dificuldade em lidar com o erótico, e ele é obrigado a seguir sua carreira sem acesso a galerias e acuado em seu processo obsessivo de criação.

Sobre a montagem
Para criação da personagem Andrei, no processo de laboratório para viver o pintor, o ator Jones de Abreu visitou um hospital psiquiátrico em Brasília. Conversou com pacientes vítimas de abuso sexual, “algumas de sexualidade muito aflorada”, e que, portanto, são censurados pela sociedade. De sua visita à clínica, Jones tirou muitas características de seu personagem – principalmente de uma mulher que desenvolveu neuroses por ter sido vítima de violência sexual cometida, quando era criança, pela mãe.

De acordo com Sergio Maggio, a encenação foi criada de forma compartilhada na sala de ensaio, “para que os artistas cênicos - iluminador, cenógrafo, trilheiro - criticassem e se inspirassem. Assim, o texto foi contaminado nesse processo de desconstrução”. O método de criação e de ensaio resultou em um roteiro estruturado em três planos, três camadas de linguagem - consciente, memória e delírio. O consciente de Andrei (o aqui e agora) pinta a tela sob testemunho do público. No plano da memória, Andrei vive diversos personagens e vai resgatando seu drama. O plano do delírio discute o que é real do que é loucura - a questão da sanidade, da alucinação, o artista sendo taxado de louco, o caos da criação.

Eros Impuro tem figurino inspirado na obra de Arthur Bispo do Rosário - um parangolé, espécie de manto usado pelo ator. O cenário reproduz uma tela em branco que vai sendo pintada à medida que a iluminação traça seu desenho. A trilha sonora inclui trechos de peças radiofônicas do ator e diretor francês Antonin Artaud. Também há o recurso da projeção de vídeos caseiros, retratando casais em relações sexuais e projeções de obras de artes eróticas. A companhia Criaturas Alaranjadas nasceu em Brasília, em 2007, quando Sergio Maggio conheceu Jones de Abreu.

EROS IMPURO.
DIREÇÃO E TEXTO – SÉRGIO MAGGIO. COM JONES DE ABREU. PRODUÇÃO EXECUTIVA: CLAUDIA CHARMILLOT. ILUMINAÇÃO: VINICIUS FERREIRA E JULIANA DRUMMOND. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário