De 20 a 29 de janeiro a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz estará encenando ¨Viúvas, Performance sobre a Ausência – Trabalho em Andamento¨ na Ilha das Pedras Brancas, conhecida como Ilha do Presídio, no rio Guaíba. A performance propõe uma viagem a memória da ditadura militar sendo encenado nas ruínas do antigo presídio de presos políticos. A criação coletiva da Tribo, tem entrada franca com distribuição de senhas às 19h na bilheteria localizada no saguão da Usina do Gasômetro. O público será transportado de barco até a ilha. A encenação foi contemplada com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz.
¨Viúvas, Performance sobre a Ausência – Trabalho em Andamento¨ faz parte da pesquisa teatral que a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz vem realizando sobre o imaginário latino-americano e sua história recente. Partindo do texto Viúvas de Ariel Dorfman e Tony Kushner, a Tribo dá continuidade à sua investigação da cena ritual, dentro da vertente do Teatro de Vivência. Viúvas mostra mulheres que lutam pelo direito de saber onde estão os homens que desapareceram ou foram mortos pela ditadura civil militar que se instalou em seu país. É uma alegoria sobre o que aconteceu nas últimas décadas na América Latina, e a necessidade de manter viva a memória deste tempo de horror, para que não volte mais a acontecer. O Teatro de Vivência do Ói Nóis Aqui Traveiz procura uma forma de relação aberta e sincera com o público, em que atores e espectadores partilhem de uma experiência comum, que tenha intensidade de um acontecimento, capaz de produzir novas formas de percepção.
Participam da encenação coletiva 24 atuadores: Paulo Flores, Tânia Farias, Clélio Cardoso, Renan Leandro, Edgar Alves, Marta Haas, Paula Carvalho, Eugênio Barboza, Roberto Corbo, Sandra Steil, Anelise Vargas, Jorge Gil, Caroline Vetori, Karina Sieben, Raquel Zepka, Eduardo Cardoso, Cléber Vinícius, Paola Mallmann, Camila Alfonso de Almeida, Alessandro Müller, Alex Pantera, Aline Ferraz, Letícia Virtuoso e Geison Burgedurf.
Fragmento “Viúvas”
Sophia Fuentes: Não posso. Carrego o peso de meus quatro homens. Tenho um pai. Um marido. Dois filhos. Onde estão? Cada um pesa. Cada vez que penso neles, se têm fome, se têm sede, se têm frio, cada vez me pesa mais. Sim. Sou uma pedra. E lembro dos meus com tanta força que esqueço o resto. Não posso me mover. Estou esperando aqui porque (…) Porque não posso viver sempre esperando.
Maiores informações clique: http://sagradocacete.wordpress.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário