Dias 11 e 12, às 21h – Teatro CIEE
Personagem de um dos mais intrincados romances da literatura contemporânea, a Molly Bloom do Ulisses, de James Joyce, é um dos maiores desafios para qualquer atriz que resolva encarar o fluxo narrativo do último capítulo do célebre romance. Cristina Banegas, a excepcional atriz e cantora argentina, não teve medo do risco. Segundo ela, “a composição não trata apenas de reproduzir as palavras de Molly, mas também de traduzir e interpretar a extraordinária privacidade, o erotismo e a absoluta falta de censura com que Molly traduz seus pensamentos em uma noite de insônia”. A intimidade deste monólogo interior inventado por Joyce faz de sua Molly uma Penélope liberada da moral vitoriana, que começa e termina com a palavra “sim”. Esta grande afirmação “feminina” é uma celebração da mulher, uma epifania. A estrutura do espetáculo leva em conta as oito orações do romance, sem pontuação, o que exige a enunciação do texto em velocidade especial para captar o fluxo de consciência da personagem. Molly canta, recorda fragmentos de canções, se emociona e ri como música na cabeça de uma mulher. Esse trabalho contou com a direção de Carmen Baliero, um dos grandes nomes da canção portenha.
Ficha técnica:
Direção: Carmen Baliero / Texto: James Joyce / Tradução: Cristina Banegas e Laura Fryd / Adaptação e Atuação: Cristina Banegas / Figurino: Juan Jose Cambre / Iluminação: Matias Sendon / Produção: T4 y Ana Jelin / Duração: 60min / Recomendação etária: 12 anos
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