quinta-feira, 6 de março de 2014

HOJE SOU HUM, AMANHÃ SOU OUTRO (RS)

Foto de Vilmar Carvalho
28 de fevereiro a 16 de março de 2013.
Sextas a domingos - 20h.
Teatro Carlos Carvalho – CCMQ 
R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (estudantes, idosos e classe artística).


“Hoje Sou Hum, Amanhã Outro” é o espetáculo de Qorpo Santo (1829-1883), montado pelo Ubando Grupo e dirigido por Júlio Saraiva, que estará no Teatro Carlos Carvalho da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) de 28 de fevereiro a 16 de março, de sextas a domingos, sempre às 20h. No elenco estão os atores Renan Leandro, Aline Ferraz e Edgar Alves.

A peça surge com o desafio de montar um texto do autor, na íntegra, estabelecendo paralelos com a atualidade, na estética do ‘nonsense’ e centrada no trabalho de atuação, a partir da pesquisa do teatro físico. A ambientação é simples e realista, assim como os figurinos, porém, estes são colocados em contraste com o uso inusitado dos elementos. O cenário é movimentado pelos atores durante a montagem, transformando-se em diversos ambientes de um mesmo lugar. O processo traz elementos da pesquisa de pantomima, da ‘farsa’, do jogo entre as personagens, além de,  inspirações em ‘gags’ circenses, no grotesco e no absurdo. Há uso de projeção, marcando o diálogo com a tecnologia contemporânea.

A peça trata sobre as relações de poder e suas tramas. Situada dentro do Palácio de um reino imaginário, enquanto o povo está se matando lá fora. Entre paranoias de conspiração e o ataque de outra nação, tudo muda para não mudar e o poder se perpetuar. O texto tange a farsa e vai da ironia fina ao sarcasmo, revelando sua modernidade e o paralelo inevitável aos dias atuais.

Qorpo Santo foi escritor, dramaturgo, poeta, jornalista e professor. Alguns artistas fazem arte, outros fazem objetos artísticos e uns poucos, se tornam eles próprios, Arte. Estes são inevitavelmente taxados de loucos. O que se pode afirmar de Qorpo Santo é que era um inconformista. Reinventou a escrita, escreveu uma enciclopédia, um evangelho e rebatizou-se numa insurreição excêntrica. Loucas certamente ficaram as pessoas da sociedade de sua época. O homem e a obra colocam em cheque as relações sociais, familiares, a política e a moral. Seu teatro, escrito há 150 anos, ainda é o fato mais extraordinário produzido nas artes cênicas do nosso Estado.

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