domingo, 10 de outubro de 2010

HERLÓI O HERÓI

No sábado assisti a peça infantil "Herlói, o herói" do Grupo Cuidado que Mancha de Porto Alegre. A direção do espetáculo é de Raquel Grabauska com direção musical de Gustavo Finkler. No elenco estão um trio afinado de atores, Simone de Dordi, sempre demostrando a maravilhosa atriz que é, utilizando o tempo certo, sem ser caricata. Simone possui algo que me encanta quando a vejo em cena, é um magnetismo, uma presença e simpatia que embarco sempre em suas personagens, foi assim na "A Canção de Assis", nas "As Bufa" e agora nesta peça. Também contamos com a presença de Aline Marques que juntamente com Simone formam uma dupla impagável, que conseguem um jogo muito bacana em cena. Aline consegue criar uma figura engraçado do seu maestro, que com um rosto expressivo nos faz rir. Aline me ganha através do seu olho, que faz com que eu embarque na história, a cena em que ela utiliza o rádio, e utiliza um CD pirata é hilária. E fechando o trio de atores contamos com Vinicius Petry, que ao meu ver constrói um Herlói sob medida, ou seja, sem os grandes exageros comuns quando tratamos de peças infantis, ou de atores interpretando personagens criança. Com uma empatia e gestos repetitivos, como o pulsar do coração, por exemplo, cativa não só aos pequenos, mas a ala mais velha da platéia que estava fixada neste herói de calção verde por cima da calça.  
A história conta a saga de Herlói, um sujeito comum que se vê obrigado a enfrentar uma perigosa aventura. Sua namorada Mariana foi enfeitiçada pelo traiçoeiro Maestro. O vilão, após ser rejeitado pela moça, descobre na Internet uma antiga canção egípcia que provoca o sono eterno. Resta a Herlói viajar em busca de uma música antídoto que a faça acordar. Baseado neste mote, o espetáculo cria uma estrutura baseada na simplicidade, com figurinos, cenários e adereços muito simples, mas eficientes, que auxiliam a contar esta história. Não temos aqui efeitos de luz, de sonoplastia e grandes trocas de cenários ou figurinos pomposos, e creio que não se faz necessário isso, quando temos uma boa história contado por ótimos atores, e é o que acontece neste "Herlói". Achei divertido e diferente dos demais espetáculos do Cuidado que mancha, onde a utilização da música feita através de instrumentos inusitados auxiliavam na contação de pequenas histórias. Aqui temos uma peça, um enredo, uma trama que não é chata, nem tão pouco didática, onde se tem a obrigação de passar uma mensagem, ou uma lição. Adorei e tenho certeza que o público montenegrino também adorou compartilhar desta experiência. Parabéns a direção que soube criar um espetáculo ágil e bonito, utilizando materiais simples como o E.V.A, velcro e uma boa dose de imaginação, sempre presente nos espetáculos deste grupo.  

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