ESPETÁCULO LOCAL
"A CANÇÃO DE ASSIS"
Este é um daqueles espetáculos que merecem um lugar muito especial em nossos corações, pela beleza e encantamento que proporciona a sua platéia. Uma história de amizade entre um menino e um burrinho que em meio a muitas confusões de dois vilões conseguem se reencontrar. Como esquecer a interpretação de Simone de Dordi como Pitoco que merecidamente levou o Prêmio Tibicuera por este trabalho. Sem falar também da inteligente direção de Gilberto Fonseca que também já tinha dirigido outro belo espetáculo infantil que foi "A Roupa nova do rei", a 1ª versão que também era maravilhosa. As músicas deste espetáculo também eram maravilhosas executadas ao vivo e que tinham a direção de Fernanda Beppler e Lucas Krug. A confeccção e manipulação do Burrinho também era um destaque. A história trazia uma troupe de atores mambembe que invadiam o espaço cênico para contar de forma musical uma história de amizade entre um menino e um burrinho na Itália do século XVIII.
ESPETÁCULO NACIONAL
"OTELO"
"Otelo" um dos meus textos preferidos de Shakespeare aqui encenado pelo criativo e competente grupo paulista "Folias d'arte". Este espetáculo me surpreendeu de tal forma que saí do teatro tomado de emoção. A platéia participava ativamente de todo espetáculo através de suas arquibancadas móveis, que conforme o andamento da peça ia se modificando. A platéia assistia de forma frontal, de forma passarela, no formato de arena que conferiu um diferencial na cena final, na morte de Desdemona onde tinha um jogo incrível de espelhos sendo no final, a própria plateia fica cara a cara com os atores, numa cena de espelhos que desdobra pelo infinito as imagens dos protagonistas e desloca de novo o ponto de vista do espectador, desta vez da plateia para o palco. A densidade de símbolos que acompanham as falas, os vários níveis de leitura, a linguagem corrente que aproxima a ação, o coro teatral que a comenta, tudo isso fez de Otelo um acontecimento mais do que contemporâneo. O elenco do Folias era outro destaque, principalmente o ator que faz o Iago.
ESPETÁCULO INTERNACIONAL
"QUE-CIR-QUE" França
Este espetáculo francês foi o 1º espetáculo que assisti no Porto Alegre em Cena, no ano de 1998 e de lá pra cá não deixei mais de acompanhar ao festival que cresce a cada ano. Era a 5ª edição do Em Cena e eu que tinha apenas 16 anos fiquei bastante impactado com a qualidade desta montagem. O espetáculo era realizado numa arena circular que foi montada no Parque Marinha do Brasil.
Eram três artistas que nos encantavam com suas técnicas e números circenses que aliavam técnica, beleza e risco. Lembro de um número em que um deles colocava uma torneira num mastro que tinha ao centro e como mágica, abria-se a torneira e dali saia muita cerveja, para o delírio da platéia.
Eram três figuras: Emmanuelle Jacqueline, bonita, forte e fez-se como uma egípcia, Hyacinthe Reisch, a figura de Cristo, e Jean-Paul Lefeuvre, com a cabeça raspada para Rufus, todos os três são da Escola Nacional de Artes Circus, em Châlons- en-Champagne e participou na aventura do Cirque O até o final de 1993. No palco, um palco requintado, sensual e surpreendente, um balé de corpos e objetos desviados - roda vassoura poste, caixa de cera de vela, sapatilhas de balé - formam imagens incomuns e poético, e Melis- melodramas em quadrinhos. Teatro ou dança acrobática do circo? Seja qual for!Um deles tem o prazer dos sentidos.
E aguardem a 10ª postagem deste especial MEMÓRIA DA CENA.
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