sexta-feira, 18 de novembro de 2011

MEMÓRIA DA CENA - Parte 13

Seguimos hoje com mais três destaques da cena, nesta retrospectiva dos espetáculos que marcaram minha memória, em comemoração aos meus 30 anos comemorados neste mês.

ESPETÁCULO LOCAL
"CARA QUEIMADA"

“Cara Queimada” foi o 1º espetáculo adulto feito exclusivamente para sala do Oigalê Cooperativa de Artistas Teatrais. Foi um espetáculo impactante! Com direção de Arlete Cunha e com um elenco muito bom encabeçado pelo jovem Ricardo Vivian que na minha opinião surpreendeu e muito no papel de um incendiário. Também estavam no elenco Nádia Mancuso, Vera Parenza, Giancarlo Carlomagno e Hamilton Leite. Lembro da maravilhoso trilha feita pelo Ultramen que dava um clima bacana para a peça, feita no Teatro de Arena. "Cara Queimada" é um texto inédito em português do dramaturgo alemão contemporâneo Marius von Mayenburg. A trama aborda o universo familiar onde a violência se apresenta sob uma constante humana.
Duas gerações em conflito, os pais continuam juntos por puro comodismo e apesar de terem uma boa intenção estão longe de conseguir algum tipo de comunicação sadia.

A patética mentira de suas vidas só faz aumentar a distancia entre eles e a realidade obscura da vida de seus filhos. 
Os filhos, um casal - Kurt e Olga - que em plena adolescência se fecham cada vez mais na sua relação doentia e incestuosa, fazem um mundo somente deles e com suas próprias regras, onde a vida e a morte perdem o valor e o sentido. Kurt tem uma obsessão pelo fogo e passa a incendiar tudo o que consegue, quando sua irmã descobre é tomada pelo mesmo sentimento. Os pais, vivendo no seu outro mundo de mentiras se dão conta tarde demais e ameaçando entregar Kurt à polícia, são assassinados, pelos próprios filhos. Olga acaba se arrependendo, coloca a culpa de tudo no irmão, e foge com ex-namorado Paul. Kurt sem mais alternativas coloca gasolina em toda casa e risca o fósforo.
A temática é abordada sob a sua pior faceta onde a única saída realmente seja fugir ou queimar. Realmente um espetáculo digno de boas lembranças, assim como todo o repertório do Oilgalê no qual conheço todas as peças! 

ESPETÁCULO NACIONAL
"BENGUELÊ" Grupo Corpo
Minha paixão pela dança começa de cara com o Grupo Corpo, quando assisti ao espetáculo "Benguelê". Rigor, belo e extremamente empolgante. Um grupo que coloca em foco a dança brasileira, sem ser bairrista. Uma ode a brasilidade. Com coreografias de Rodrigo Pedeineras e música de João Bosco (que eu adoro) o espetáculo foi uma das coisas mais sublimes que eu já assisti. Benguelê é uma exaltação ao passado africano e profundas raízes da cultura brasileira. Ritmos africanos, dança clássica desconstruída e resignificada dão a tônica deste maravilhoso trabalho do Grupo Corpo. 

ESPETÁCULO INTERNACIONAL
"SOLO" Itália
"Solo" foi um espetáculo de marionetes inesquecível! Da Cia. Walter Broggini da Itália me marcou pela inteligencia e humor. Solo é um espetáculo de humor negro dirigido ao público adulto. Vários quadros que refletiam sobre a morte. A manipulação dos bonecos eram todas feitas por Broggini e em pequenas esquetes narravam as aventuras de personagens que enfrentavam o inevitável destino humano. Macabro e irônico, o espetáculo é apresentado sem a comunicação verbal, apenas através do gestual dos bonecos que tinham uma estética linda, brancos e articulados. Um espetáculo memorável!!!! Abaixo o vídeo do espetáculo!







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