Para começar a análise de "Flores no abismo - Experimento Strindberg" divido abaixo o material enviado pelo grupo a produção do festival:
Flores no abismo-Experimnto Strindberg, é uma investigação teatral com base no Teatro-Performance apropriando-se do texto”A mais forte”.Conta a história de duas mulheres que ao descobrir estarem casadas com o mesmo homem planejam vingança,o que elas não imaginavam é queo destino lhes reservaria algo inesperado.Angustias,medos,perdas e amor,uma investigação sobre o comportamento humano.
A sinopse do espetáculo já detona que o que podemos esperar da montagem é:
1º - Um experimento calcado na obra de Strindberg,
2º - Uma investigação teatral
3º - Bases calcadas no Teatro-Performance
O espetáculo decepciona justamente por prometer demais e não cumprir, cria um ambiente inicial propicio para que a narrativa se instalasse no palco e iniciasse a sua comunhão com o público. Mas já na abertura, a cena com as lanternas é rompida rapidamente, já passando para o próximo momento. O cenário é bonito e equilibrado, é bastante funcional e auxilia no desenrolar da peça.
Surgem algumas imagens interessantes, mas nem o texto que é dito de forma ritualizada nem tão pouco a trilha que é exagerada, pontuando toda a ação auxiliam para que essas imagens fossem potencializadas e convergidas para melhor contar essa história baseada em Strinberg.
As marcas da cena não permitem que os atores evoluem na composição dos personagens, que utilizam uma métrica no dizer o texto, tornando-o totalmente rebuscado. Mas há uma exceção, no caso dos diálogos de Bruna Stefany e Joana Guerreiro que em alguns momentos conseguem vencer essa rigidez do texto e fugir um pouco desta métrica, mas podem evoluir muito ainda.
A movimentação é suja, desnecessária e me faz pensar que o que estou assistindo trata-se de uma miscelânea de linguagens, dentro de uma proposta boa, mas mal executada. O espetáculo com tudo isso acaba ficando chato e sem sentido, e isso que eu adoro propostas que a primeira vista não tenham sentido, mas que no decorrer vão desvelando informações e significados.
Me dei o trabalho de contar o intervalo que a peça ficou sem a presença da trilha sonora, exatos 6 segundos, e um trabalho como este que precisa de momentos de tensão, de pausas e principalmente precisa de SILÊNCIOS.
A dicção dos atores não é boa, mas isso se acentua principalmente nos meninos.
O grande mérito é o de ousar na escolha deste texto e deste autor, demonstrando a coragem de experimentar, e minha dica é esta, não desistam desse caráter experimental, mas experimentem conscientes do tipo de proposta que estão querendo trabalhar.
Diretor: Douglas Castro
Autor: Estudo feito a partir da Obra “A mais forte” de August StrindbergContra-regra: Roger Szortyka e Eduardo Michelsen
Sonoplasta: Karol Santos
Criador da trilha sonora: Douglas Castro e Luis Botelho
Iluminador: Douglas Castro
Criador da iluminação: Douglas Castro
Maquiador: Gilson Leonardo
Criador da maquiagem: Gilson Leonardo e Douglas Castro
Figurinista: Gilson Leonardo e Karol Santos
Cenógrafo: Priscila Pinzon,Franciny Almeida e Roger Szortyka
Elenco:
Bruna Stefany
Joana Guerreiro
Lia Santos
Juliane Cardozo
Filipe Maciel
Johnny Cairuga
Diego Ferreira - Comentador Crítico do Montenegro em Cena
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