A cultura gaúcha sofreu uma grande perda hoje, enquanto ocorre o Festival de Cinema de Gramado na Serra, em Porto Alegre um dos principais personagens deste mesmo festival veio a falecer.
Sergio Silva morreu na manhã desta quarta-feira (15), em Porto Alegre. Ator, diretor, professor, roteirista, produtor, cenógrafo, o profissional tinha 66 anos.
Entre curtas, médias e longas, Sérgio garantiu um lugar de destaque na história do cinema com o filme “Anahy de las Misiones" (1997), que conta a história de uma mulher (interpretada por Araci Esteves) que, durante a Guerra dos Farrapos, segue os soldados nos campos de batalha, pilhando os mortos em companhia de seus quatro filhos.
Ele foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do cinema no Rio Grande do Sul. A partir de 1975 foi ator e também produtor e cenógrafo em 21 espetáculos de teatro apresentados em Porto Alegre, com destaque para o período em que trabalhou com o Teatro Vivo da diretora Irene Brietzke, em uma série de montagens a partir de textos de Bertolt Brecht. Formado em Letras pela UFRGS em 1970, lecionou literatura no Colégio Israelita por doze anos, depois foi professor de dramaturgia no Departamento de Arte Dramática da UFRGS, até se aposentar em 2010.
Como diretor e roteirista, realizou 21 filmes, sendo a maior parte deles curtas-metragens e vários realizados nas bitolas 16 mm e super-8. "Sem Tradição, Sem Família e Sem Propriedade", de 1968, é considerado um dos primeiros filmes em super-8 com intenção artística realizados no Brasil. "Adiós, América do Sul", em 1984, conquistou medalha de prata no Festival Internacional da UNICA, em Saint-Nazaire, na França.
Nos anos 1980 realizou curtas em 35 mm. Ainda assim, seu primeiro longa-metragem, dirigido em parceria com o amigo e sócio Tuio Becker, foi em 16 mm: "Heimweh/Nostalgia" (1990), crônica ficcional da vida de um imigrante alemão no Rio Grande do Sul, totalmente falado em alemão.
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